Os novos velhos somos nós!
Na semana passada recebi um honroso convite do Professor Paul, para estar no Projeto Sol. O conteúdo apresentado foi sobre o nosso envelhecimento. Não podia ser diferente. Afinal de contas, essa é a matéria, a pauta que compartilho com vocês. Saibam que o desafio e a responsabilidade estão presentes nesses momentos. Tanto para a cada semana, escrever esta coluna, como para atender esse convite que recebi.
Assim também é quando recebo convites para dar aulas presenciais ou não. Essas oportunidades são riquíssimas para mim. Lá estive com o grupo maravilhoso de pessoas de todas as idades para essa prosa, essa conversa. Mais ainda iluminado pelo talento e sensibilidade do grande artista e excelente músico, Bertrand Lery. Uma noite memorável!
É preciso que a cidade conheça e valorize ainda mais esse trabalho social que é realizado todas as segundas-feiras, às 19h, no Ritz Hotel. Eu desejo escrever um pouco mais sobre o Projeto SOL. É um trabalho realizado com muito amor, competência, sensibilidade e acolhimento humano para todas as pessoas, que no início de toda semana, encontram-se para receber e trocar o melhor remédio para todas as nossas dores da alma: o calor humano, o afeto e o amor que se dá e recebe nessas duas horas de convívio humano. E a música nos aproxima de Deus.
Como me fez muito bem estar com esse grupo na segunda-feira que passou! Conversei com as pessoas presentes – e tinha muita gente _ sobre o tema _ título _ da coluna: “Os novos velhos somos nós”. Minha expectativa para falar com elas foi a de buscar sensibilizá-las para desmistificar a velhice. Chamar, no bom sentido, a atenção do público para a importância do autocuidado na passagem do tempo em nós. A partir da minha vivência, de ser uma pessoa, como muitas, que navega para o futuro, fiz a seguinte pergunta, acompanhado pela audiência: Quando é que eu percebo que estou envelhecendo? Ou de outra maneira: Quando é que eu me vejo sendo mais um novo velho? Essas foram as principais questões da noite para a nossa reflexão. Com muita atenção, apresentei ao grupo algumas realidades da minha vida que me indicam que o tempo andou mexendo com a gente. No corpo, com as transformações fisiológicas, por dentro e por fora. Visíveis e invisíveis. Daí a necessidade, como escrevi antes, da importância do autocuidado: prática de atividades físicas regulares com profissionais habilitados. Monitoramento médico com frequência. Equilíbrio e moderação diante da ingesta alimentar.
Uma outra necessidade que compartilhei, na minha rotina de vida, é o cultivo da espiritualidade, independente de denominação religiosa institucional. Refiro-me ao tempo necessário que as pessoas precisam se dar para o recolhimento em torno do silêncio interior, ou de sua autoescuta. Num exercício constante e frequente de revisão de vida. Para onde você está te levando? Tem consciência disso? Outro ponto que eu destaquei nessa conversa foi o de que a gente precisa cuidar dos nossos afetos, dos nossos vínculos amorosos, dentro e fora de casa. Ampliar a nossa rede de relacionamentos, principalmente, na busca da qualidade deles, e não, meramente, para serem muitos.
Entreguei para todos que estavam no auditório que temos talentos, capacidades e possibilidades que não sabemos que temos. Por isso é muito importante também que a gente descubra novos talentos em nós. E não é a idade que vai nos impedir de sermos aquilo que a nossa alma deseja.