Pra continuarmos a beber bem, ainda pelas nossas redondezas
Cachaças de nossa região que valem muito a pena experimentar
Para quem está comemorando o Dia Nacional da Cachaça, cuja data foi o último dia 13 de setembro, deixo aqui mais algumas dicas de alambiques de nossa região, para você escolher uma boa cachaça para o próximo brinde
Cachaça Dubotti
Logo ali em Belmiro Braga, há pouco mais de 30km de nossa cidade, o Carlos Botti produz a sua cachaça Du Botti desde 1989, segundo ele mesmo explica, de forma natural e valendo-se de leveduras selvagens e fermentação espontânea, resultando numa cachaça diferenciada que antes de ser comercializada descansa em dornas de jequitibá e também numa madeira pouco encontrada por aí: o jatobá, resultando numa bebida muito valorizada por quem gosta e entende deste precioso líquido.
Cachaça Vianna
A aprazível Santana do Deserto me trouxe boas surpresas. Procurando por lá a origem de uma garrafa que ganhei de presente no último mês, chamada Sant’ana da Serra, descobri que sua produção se encerrou em 2009, mas recebi uma dica de ouro: descobri um alambique centenário que mantém a produção de sua cachaça desde o século passado. Trata-se da Cachaça Vianna, que começou a ser alambicada no Sítio Fazendinha em 1922, de forma artesanal, com produção de apenas quatro mil litros/ano e feita com muito cuidado, resultando em cachaças que passam pelo processo de armazenamento em madeiras umburana e carvalho, mas por apenas um ano, para manter o frescor e os aromas da cana, valores que eles prezam muito por lá.
Cachaças de Tarauaçu
Não escrevi errado, nobre leitor: os entendidos da cachaça logo pensarão na marca Taruana, cachaça muito popular nos bares de nossa cidade. Mas quero falar do Distrito de Taruaçu, em São João Nepomuceno, pois além da já famosa Taruana e suas versões Ouro, armazenada em castanheira, e da Prata, que passa por toneis de jequitibá rosa, a região conta com o alambique da Deixa-Vir, localizado no Sítio Tambor, e que produz sua versão Ouro, armazenada em madeira Garapa e a Prata, que passa por tonéis de Jequitibá. E na mesma Taruaçu temos também a Cachaça Duquesa, que nasceu em 2010 e que nos entrega suas versões envelhecidas em madeira de castanheira e carvalho, além da Prata que descansa dois anos no inox. Taruaçu é um verdadeiro berço de alambiques, pertinho de Juiz de Fora!
Araci
Ainda em São João Nepomuceno, temos a cachaça Araci, que posso afirmar ser a cachaça mais encontrada nos botequins de Juiz de Fora. Você pode chegar a quase todo balcão e pedir uma Araci, e a única resposta que vai ter de volta é: “branca ou amarela?”. Pois vou contar aqui uma história que poucos sabem: há uma versão cuja safra é de 1998 e que você pode experimentar – e se gostar comprar a garrafa – lá no Bar do Futrica, na galeria Hallack 5 – Centro. A garrafa translúcida, envolta numa embalagem de sisal, nos entrega uma bebida amarelo-ouro, redonda no paladar e fácil de beber. Dizem que no alambique há versões ainda mais antigas, mas isso é assunto para outra coluna, e só depois de adquirir a minha garrafa, né, gente? Vai que eu conto aqui e acaba antes da minha visita!