O mundo está em alerta mais uma vez

Por Marcos Araújo

06/01/2022 às 07h05 - Atualizada 05/01/2022 às 21h59

“O mundo está em alerta mais uma vez!” Foi o que ouvi uma senhora dizer para outra. Eu atravessava a rua enquanto as duas também atravessavam, só que na direção contrária. Juro que, na hora, tive o ímpeto de dar meia volta e seguir caminhando atrás delas para ouvir o resto da conversa. Não posso me esquecer de dizer que elas estavam usando máscaras, assim como eu. Queria muito saber o que a outra senhora falou diante desse comentário tão preocupante. Mas contive o meu impulso e segui minha caminhada até uma agência bancária. Tinha pendências a resolver.

Aquelas duas senhorinhas, com certeza, são septuagenárias. Uma, inclusive, tinha a cabeça coberta com flocos de algodão. Certamente, elas estavam falando sobre as novas versões do coronavírus, mais precisamente sobre as variantes desse vírus que insiste em não nos deixar: Delta, Ômicron e IHU – nova variante detectada na França. Tem até a Flurona, que é uma coinfecção simultânea causada pelo coronavírus e a influenza. São palavras que até outro dia não tinham tanto vigor em nosso vocabulário, mas foi preciso nos familiarizarmos, para saber o que elas representam e o que devemos fazer a fim de evitar que se materializem no nosso corpo.

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Para aquelas duas com quem encontrei na rua, o significado desses termos já parecia bem claro, tanto é que uma delas já demonstrava a preocupação com um possível agravamento do cenário pandêmico. Se aquelas senhoras tivessem me dito que o mundo estaria em alerta mais uma vez, sem hesitar, eu responderia: “Não aguento mais.” Foi o que fiquei pensando enquanto esperava minha senha aparecer no painel eletrônico para ser atendido pelo gerente do banco.

Pelo que percebo, todos que fazem parte do meu convívio estão saturados. Depois de dois anos, é até difícil manter a sanidade quando o assunto é pandemia. Mas não podemos esmorecer. Pelo que tenho acompanhado pelo noticiário, no que diz respeito às novas variantes, é preciso estar em alerta. Elas confirmam a necessidade de imunização com as duas doses e também a de reforço, além da importância do avanço célere das campanhas de vacinação. Pelo que se sabe até agora, as fórmulas disponíveis conseguem nos proteger das variantes, fazendo com que o quadro da doença seja mais brando, mas isso pode mudar.

Além da vacina, os médicos dizem que também cabem as medidas de proteção e tratamento, que são as mesmas: usar máscara, evitar aglomeração, isolar-se, se estiver com sintomas, e procurar atendimento médico. Os cientistas ressaltam que as variantes trazem outro alerta, porque, em meio ao descontrole da pandemia, outras mutações podem aparecer. Assim, a coisa pode ficar extremamente pior, porque elas podem escapar da eficácia das vacinas existentes.

Como esta é minha primeira coluna do ano, gostaria de ter tocado em um assunto mais ameno, mas, diante do quadro que começa a ser pintado, nunca é demais lembrar que é preciso se manter alerta. Que nossa parte precisa ser feita, uma vez que não é fácil saber que o Brasil teve cerca de 620 mil mortes de pessoas em razão da Covid-19. É preciso ter consciência como as senhorinhas que atravessavam a rua e demonstravam preocupação, com máscara no rosto e firmes rumo a 2022.

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Marcos Araújo

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