Juiz de Fora sedia novo ato contra Temer

Além de reforçarem posicionamento contrário às reformas trabalhista e da Previdência, manifestações pedem a saída do presidente e a realização de eleições diretas


Por Renato Salles

30/06/2017 às 12h31

Foto: Felipe Couri
Foto: Felipe Couri

Capitaneados por centrais sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e pelo Fórum Sindical e Popular de Juiz de Fora, que reúne mais de 50 entidades da região, entre sindicatos e movimentos estudantis e sociais, manifestantes contrários ao Governo federal voltaram a ocupar as ruas centrais da cidade nesta sexta-feira (30). O ato vem sendo tratado no âmbito local, assim como em outros centros, de greve geral. Seguindo agenda nacional de ações coordenadas em várias cidades do país, o grupo tem pauta ampla. Além de reforçarem posicionamento contrário às reformas trabalhista e da Previdência que vêm sendo debatidas pelo Congresso Nacional, as reivindicações pedem a saída do presidente Michel Temer (PMDB) do comando do Executivo nacional e a realização de eleições diretas. Outras cidades da região, como São João Nepomuceno, Matias Barbosa, Lima Duarte e Olaria também estão representadas no ato.

Foto: Renato Salles
Foto: Renato Salles

Em Juiz de Fora, a concentração acontece na Praça da Estação, mobilização que iniciou tímida por volta das 9h. O ato em si começou pouco depois das 10h, quando o movimento já começava a ganhar corpo. Representantes de várias entidades se revezaram ao microfone de um dos dois trio elétricos que estão posicionados no local. As falas seguem a pauta de reivindicações contrária às reformas e ao Governo Temer. Pouco antes das 11h, os manifestantes se organizaram para uma passeata pelas ruas do Centro, iniciada pela Avenida Francisco Bernardino, seguindo pela Rua São Sebastião e Avenida Getúlio Vargas. Parte dos manifestantes se deslocou para a Avenida Rio Branco.

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A organização do movimento  fala em cinco mil manifestantes. Assim como ocorreu nos últimos atos similares, a Polícia Militar não fez uma estimativa de presentes na manifestação. Destacamentos de policiais acompanham a mobilização, sem registros de ocorrências até o momento.

Ao contrário do que ocorreu na última greve geral convocada por centrais sindicais e pelo Fórum na cidade, motoristas e cobradores do transporte coletivo urbano da cidade não aderiram ao movimento. Assim, os ônibus estão circulando normalmente na manhã desta sexta-feira. Antes do ato, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu), Amarildo Romanazzi, descartou uma paralisação dos funcionários do Demlurb. De acordo com os organizadores, entre as categorias que devem cruzar os braços parcial ou integralmente durante o dia estão professores das redes estadual, municipal e particular, servidores públicos municipais, bancários, policiais civis, docentes e técnico-administrativos da UFJF e profissionais dos Correios.

 

BR-267 fechada

Antes do ato na Praça da Estação, um grupo de manifestantes fez uma ação na BR-267, no Bairro Igrejinha, Zona Norte de Juiz de Fora. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta das 5h30 desta sexta-feira, manifestantes contrários ao Governo Temer fecharam a via e o congestionamento chegou ao entroncamento com a BR-040. Policiais tentaram negociar a liberação da via, o que ocorreu por volta das 8h30.

Foto: Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos
Foto: Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, João César da Silva, o ato ocorreu por conta da greve geral e tem participação de todas as categorias que adeririam ao movimento. Segundo ele, além de fechar a rodovia, o grupo conseguiu também impedir a chegada dos trabalhadores a uma indústria que fica nas imediações, já que nenhum funcionário chegou à fábrica com a via bloqueada.

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Em Minas Gerais, outras rodovias foram interditadas na manhã desta sexta, durante a agenda nacional de ações contra o Governo federal. Entre elas, a BR-265, entre São João del-Rei e Lavras, e a BR-135, que foi fechada pelo MST próximo a Bocaiuva e Diamantina. A MG-050 também chegou a ficar fechada durante a madrugada, na altura de Divinópolis.

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