Bancas de areia

“Precisamos incrementar em nossa cidade o empreendedorismo social que sempre esteve presente por aqui e precisa ser estimulado”


Por Marcelo Frank, engenheiro civil com especialização em gestão pública pela UFJF

31/01/2023 às 07h00- Atualizada 31/01/2023 às 09h11

Tenho pensado em uma proposta para o Município apoiar, uma frente de trabalho de extração manual de areia no Rio Paraibuna e em córregos e riachos que são seus afluentes. Na minha concepção, esse empreendimento faz interface com várias políticas públicas. Envolve assistência social, trabalho e geração de renda, preservação do meio ambiente, saneamento básico etc. Essa atividade ainda tem poucas pessoas remanescentes de um passado recente, pois a demanda por essa areia é para aquele comércio de bairro, para pequenos consertos domésticos. Essa atividade poderia ser iniciada no período de estiagem das chuvas (de abril a setembro) e poderia envolver vários órgãos da Administração municipal.

Inicialmente precisaríamos saber, daquelas poucas pessoas que fazem esse trabalho, o que o Município poderia fazer para ajudar na melhoria desse trabalho artesanal. Depois, analisar as possibilidades de apoio da Prefeitura de Juiz de Fora. Caso a Administração municipal acolha a proposta, o setor de obras, com os equipamentos adequados, poderia fazer a pequena terraplenagem de terrenos, criando os espaços para as bancas de areia nas margens do Rio Paraibuna e de afluentes. Inicialmente, estaria estimulando outros trabalhadores informais a se iniciar nessa atividade. Pensei, também, que, se tivesse uma ONG para intermediar a relação da PJF e os trabalhadores informais, seria um elemento facilitador.

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O risco desses ambientes de trabalho, quer sejam biológicos, quer sejam químicos, ou de outra causa, são semelhantes àqueles que os catadores de materiais recicláveis estão sujeitos na sua atividade costumeira. A nossa sociedade e o Poder Público, para ajudar nessa iniciativa de sobrevivência dos empobrecidos, pode fornecer equipamentos de proteção individual, orientar os trabalhadores sobre a melhor prática do serviço e os devidos cuidados, evitando a contaminação com doenças.

Seria bom que no próximo dia 5 de junho – Dia do Meio Ambiente – esse programa estivesse em funcionamento e fosse apresentado como uma medida concreta de cuidado com o rio e a geração de renda para trabalhadores informais. Precisamos incrementar em nossa cidade o empreendedorismo social que sempre esteve presente por aqui e precisa ser estimulado.

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