As urnas não mentem
A Tribuna, em seu “Painel” do dia 5 de outubro, mostrou com profundo conhecimento suas preocupações com os resultados das eleições para Juiz de Fora. A não ser a promessa do governador reeleito Zema, de concluir e aparelhar o Hospital Regional, nenhum candidato a deputado federal ou estadual, com exceção de Ana Pimentel (PT), mencionou o problema do subdesenvolvimento local. Ela disse que em seu trabalho legislativo lutaria pelo desenvolvimento econômico e social regional da Zona da Mata.
Talvez isso explique os insucessos de JF. Nomes antigos e conhecidos aqui não obtiveram votos necessários para ocupar novamente e de imediato postos legislativos. Magella mencionou a queda da representação da cidade.
Lembro nomes do passado, como Último de Carvalho (PSD), que foi político de Rio Pomba. Ele foi três vezes deputado estadual e duas vezes deputado federal. Com seu trabalho legislativo, conseguiu um grupo escolar em Rio Pomba e outro em Tabuleiro. Além disso, também conseguiu várias pontes para Rio Pomba, Tabuleiro, Mercês, Silveirânia. A razão de nenhum vereador de Juiz de Fora ter conseguido agora uma cadeira no Legislativo Mineiro e na Câmara Federal precisa ser mais bem explicada. As urnas não mentem jamais.
Em artigos que publiquei na Tribuna, mencionei que o fraco desempenho econômico local em relação a Uberlândia, Uberaba e Montes Claros se devia à falta de entrosamento entre os políticos locais. Essa opinião também foi a mesma feita por uma importante figura de Uberlândia, que, em palestra realizada para os empresários de Juiz de Fora, também falou da falta de empenho e compartilhamento de JF. Realmente, sem um total trabalho compartilhado, é difícil qualquer município se desenvolver, principalmente, quando depende do Governo.
O desenvolvimento do Aeroporto Regional da Zona da Mata, mais devagar do que o dos aeroportos das outras cidades-polo, foi por causa da falta de total entrosamento dos políticos locais. Agora mesmo, a empresa aérea Gol, com a Azul e a partir do Regional (IZA), passará a pousar no aeroporto de Congonhas em São Paulo. Era isso que estava faltando para completar o desenvolvimento juiz-forano e de toda a região da Zona da Mata. O Regional ficou praticamente abandonado pelos políticos durante toda a sua existência.
Juiz de Fora já foi no passado o mais desenvolvido município mineiro do interior. Com o passar dos anos, foi ficando para trás enquanto os outros, também polo, se desenvolveram. Se formos a Montes Claros, vamos admirar o desenvolvimento daquele município. Se os políticos locais continuarem a trabalhar da maneira “cada um por si”, nada acontecerá. Nessas eleições, por exemplo, nenhum vereador de Juiz de Fora obteve de sua população os votos necessários para ser eleito.