JF sustentável – uma visão geral

Por Carlos Wilson de Souza Pereira, geógrafo


Por Tribuna

29/09/2017 às 07h00

A sustentabilidade é o caminho que todas as indústrias e as empresas irão trilhar; muitas já implementam ou estão pensando seriamente em adotar esta prática. Isso porque a sustentabilidade proporciona maior eficiência na produção dos produtos que consumimos, evitando, ou minimizando, a perda de matérias-primas e energia, seja a energia elétrica ou a energia de seus colaboradores. O resultado é um produto com custo de produção mais baixo, com mais eficiência e maior competitividade no mercado. A consequência é um meio ambiente menos degradado.

Mas a sustentabilidade será o norteador para os Planos Diretores de muitas cidades em bem pouco tempo. Isso porque as cidades sustentáveis serão dotadas de autossuficiência. Como exemplo, a geração de energia elétrica. Um bairro como Caeté, longe do Centro da cidade, mas sem prédios e com grande luminosidade, pode produzir energia elétrica através da implantação de placas de captação solar, assim, os moradores utilizam uma energia limpa e vendem parte desta energia para a concessionária de energia elétrica, gerando valores menores em suas contas e usando uma energia limpa e eficiente com baixo custo.

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Outros bairros com esta mesma capacidade de geração de energia permitiriam que a concessionária se tornasse mais eficiente na demanda de energia e dependeriam menos do padrão hídrico implantado anos atrás, e, assim, não dependeriam exclusivamente da quantidade de precipitação das chuvas para gerar energia. Desta forma, o custo de construir mais barragens seria reinvestido em energia eólica ou outras formas de energia limpa e de baixo custo que a tecnologia no futuro poderia nos proporcionar.

O que dizer de veículos do transporte público que gerassem nenhuma poluição atmosférica ou ruídos? Esta é uma tecnologia que já está disponível, já que as reservas de petróleo estão se extinguindo. Teremos os ônibus urbanos elétricos, usando energia solar gerada pelos bairros, que seriam fontes geradoras, resultando em passagens de ônibus mais baratas, um serviço mais eficiente e competitivo no mercado da mobilidade urbana.
Assim, o impacto ambiental, no tocante a doenças respiratórias, seria menor, pelo simples fato de termos menos poluição atmosférica advinda de veículos que antes usavam combustíveis fósseis como o petróleo. E se toda a frota de veículos também fosse deste viés, então, teríamos nenhuma poluição. Mas não seria isso uma cidade do futuro? Um futuro muito mais próximo do consumidor do que ele imagina. Grandes empresas automobilísticas possuem projetos e protótipos de carro de passeio elétricos, visando um produto competitivo e eficiente.

Uma Juiz de Fora sustentável contaria com a eficiência de fornecer gás de cozinha do lixo que produzimos em larga escala, assim, os consumidores teriam uma alternativa eficiente e barata de combustível para preparar as refeições. Sem mencionar que tal tecnologia está disponível e é uma solução sustentável para eliminarmos aterros sanitários ou lixões, sendo este último produtor de chorume que pode contaminar lençóis freáticos e os seres humanos.

Tudo isso é possível e cada dia se torna uma realidade, sem sequer o consumidor perceber que a sustentabilidade está em cada produto que consome. Juiz de Fora não é diferente das outras cidades, e tais produtos, bens e serviços chegam até aqui. Por que não percebemos isso? Isso é assunto para um outro artigo.

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