Preservar a memória de Juiz de Fora

“Entretanto essa História precisa ser contada. Precisa estar exposta. Precisa pulsar pela cidade”


Por Daniel Giotti e Matheus Brum, professor, advogado público e escritor/Jornalista e escritor

28/11/2021 às 07h00

A História de Minas, e por que não do Brasil, passa por Juiz de Fora. Desde quando a cidade virou o local de visita de Dom Pedro II; desde quando construímos aqui a primeira hidrelétrica da América Latina; desde quando Bernardo Mascarenhas trouxe luz para a cidade; desde quando a indústria têxtil nos fez a Manchester Mineira; desde quando fizemos uma Associação Comercial para receber Rui Barbosa e chamar a cidade de Barcelona mineira; desde quando João Carriço fez seus filmes; desde quando os pioneiros da aviação deram suas primeiras “voadas” saindo da Barão de Cataguases; desde quando Olympio Mourão Filho resolveu precipitar o golpe de 1964; desde quando tivemos os primeiros presos políticos da Ditadura na cidade; desde quando tivemos a Galeria de Arte Celina; desde quando fomos palco importante para “Diretas Já”, e desde quando Itamar Franco nos recolocou na rota política nacional.

Até no futebol fizemos história. Quem nunca ouviu falar do Tupi como fantasma do Mineirão? Os mais antigos se lembram das partidas históricas entre os três grandes times da cidade. E aquela última partida e último gol de Zico em partida oficial?

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Entretanto essa História precisa ser contada. Precisa estar exposta. Precisa pulsar pela cidade. Não pode ficar restrita a um circuito pequeno de pesquisadores ou aos livros empoeirados das bibliotecas e aos documentos do Arquivo Público Municipal. Precisa estar viva, presente e com a população.

Por isso surgiu o “Movimento pela Preservação da História de Juiz de Fora”, que defende a criação de uma política pública de preservação de nossa memória, a inserção do estudo de História e Geografia na grade curricular, a digitalização dos acervos do Município, de todas as entidades importantes, inclusive com o apoio das empresas e da sociedade, entre outros pontos.

Naturalmente, já há leis, políticas e várias pessoas engajadas na preservação da memória local, mas acreditamos que ainda há espaço para avanços institucionais e sociais. Daí a importância desse movimento, para que a cidade volte a representar a vanguarda, como historicamente ela é vocacionada a fazer.

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