‘Plunct Plact Zuum’

“O fazer científico revela possibilidades muito além dos asteroides e, ainda, infelizmente, muito aquém das alturas, que exigem engajamento mais geral”


Por Tadeu Silva, colaborador

28/10/2021 às 07h00

A viagem da supernova que fulgurou no espaço midiático da cidade foi um auspicioso evento de astronomia experimental posto a olho nu em plena luminosidade domingueira. (Juiz-forana de apenas 15 anos descobre oito asteroides, matéria publicada na Tribuna no dia 3 de outubro.) Como em todo evento de introdução na prática da ciência, suscita lições além do protagonismo para revelar toda a dimensão dos bastidores da ocorrência, aproveitando a oportunidade, mais uma, de repercussão entre o público-alvo da iniciação científica, a juventude brasileira.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, criado em 15 de janeiro de 1951, é uma entidade ligada ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações – MCTI, cujo objetivo é “promover e estimular o desenvolvimento da investigação científica e tecnológica em qualquer domínio do conhecimento”, como consta em seu sítio eletrônico. Consta também o compromisso ou missão de: “Fomentar a ciência, a tecnologia e a inovação e atuar na formulação de suas políticas, contribuindo para o avanço das fronteiras do conhecimento, o desenvolvimento sustentável e a soberania nacional”.

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A iniciação científica ocupa espaço estratégico na grade do órgão. Daí a criação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica – PIBIC, que visa incentivar novos talentos em pesquisa científica, Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), para estudantes de licenciatura exercitar atividades pedagógicas em escolas públicas de ensino básico, entre outros instrumentos.

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT, realizada anualmente em outubro, mês do Dia da Ciência e Tecnologia, 16 de outubro, em colaboração com as “secretarias estaduais e municipais [educação], agências de fomento, espaços científico-culturais, instituições de ensino e pesquisa, sociedades científicas, escolas, órgãos governamentais, empresas de base tecnológica e entidades da sociedade civil”, tem o objetivo de popularização de práticas e desdobramentos do fazer científico. Nesse sentido, em Juiz de Fora, o reconhecido Centro de Ciências da UFJF realiza, além da referida semana, uma programação permanente com visitas guiadas às exposições e mostras científicas, planetário, laboratórios, experimentos etc., com recepção direcionada prioritariamente à escolas da região.

A notícia do feito da pesquisadora juvenil deve ser impulsionada ao universo escolar, revelando, complementarmente, a constelação e equipe que apoiou e colaborou para seu sucesso. Nessa perspectiva mais coletiva, o fazer científico revela possibilidades muito além dos asteroides e, ainda, infelizmente, muito aquém das alturas, que exigem engajamento mais geral, que é o que, por ainda carente e insuficiente, deve ser o objetivo buscado. E, como na propaganda, perguntas e buscas movem a ciência. Assim, vacinando e tocando Raul: “Boa viagem!”

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