Cristo Rei do Universo e a Conclusão do II Sínodo Juiz-forano
“O Reino de Cristo não é, de fato, um reino comum, mas totalmente diferente das organizações políticas”
Com grande alegria, nos reunimos no domingo (20), na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora, como comunidade arquidiocesana, vinda das 37 cidades e 91 paróquias, presencialmente, virtualmente ou ainda espiritualmente, para celebrar, com a Igreja espalhada em todo o mundo, a Solenidade de Cristo Rei do Universo.
Recordemos que essa festa foi instituída pelo Papa Pio XI (1922-1939), em 1925, por estar o mundo naquela época em situação política muito conturbada, com tendências a regimes ateus ou agressivos à fé cristã e dominado por guerras e conflitos. Quis o Sucessor de Pedro recordar que Cristo não é apenas uma devoção pessoal, mas é Senhor de todas as nações e de todos os que governam, ainda que não creiam. Todos estão sob o Senhorio de Cristo que tem uma proposta inequívoca e invencível para um reino ideal.
O estabelecimento de governos que excluam Deus em sua forma de administrar, extremistas em seus conceitos de laicidade do Estado, não só ofendem ao Criador, mas acabam por estabelecer desordem social e prejudicam as verdadeiras relações de justiça e de paz. Observamos que a situação mundial não mudou muito, pois ainda hoje encontramos guerras, polarizações políticas de ambos os lados, ataques mútuos, desavenças, agendas morais e sociais que não são sinais do Reino. Por isso, é importante continuar celebrando a Solenidade de Cristo Rei do Universo, anunciando o seu Reino de Amor e de Paz.
A partir das leituras deste último domingo do Ano Litúrgico, podemos observar que o Reino de Cristo não é, de fato, um reino comum, mas totalmente diferente das organizações políticas cheias de imperfeições que o mundo tem. No Evangelho, o Senhor se apresenta como verdadeiro rei, oferecendo-se inteiramente por seus súditos. Sua coroa é de espinhos; seu trono é a cruz; suas vestes não são suntuosas, pois está despido; suas mãos estão presas, mas sua alma está livre; sua palavra é ouvida, seu amor é perfeito, uma vez que a única lei de seu Reino é o Amor a Deus e ao próximo.
Nesta grande festa de Cristo Rei, trouxemos para a liturgia a conclusão de nosso II Sínodo Arquidiocesano, que durou três anos, entre 7 de dezembro de 2019 e 20 de novembro de 2022, e nos fez experimentar realidades novas e tirar conclusões muito especiais para nossa vida eclesial. Nessa celebração, que também marcou o início do Ano Vocacional no Brasil, acolhemos nossos irmãos seminaristas Jadaí Leandro Alves e Milton César de Assis para os ministérios de Leitor e Acólito.
A Igreja é o Sacramento e a construtora do Reino. Cristo é a sua cabeça, como afirma Paulo na Carta aos Colossenses, e nós somos seus membros. Assim, nossa Igreja arquidiocesana realizou o seu II Sínodo, com a certeza dessa verdade.