A importância da enfermagem em tempos de pandemia


Por Leidiléia Mesquita Ferraz

27/08/2020 às 06h59

Nos últimos meses, o profissional de enfermagem foi notado por muitas pessoas ao redor do mundo, trazendo uma visibilidade à sua atuação como profissional, permitindo que as pessoas percebessem que a enfermagem compõe mais de 50% das equipes de saúde. São os enfermeiros que estão em todos os lugares, como emergência, ambulatório, centro cirúrgico, UTIs, cada qual com suas especialidades e suas habilidades. Vale ressaltar que o profissional técnico de enfermagem só existe em alguns países da América Latina, não sendo realidade nem nos Estados Unidos nem na Europa. Nesses locais, há apenas profissionais licenciados em enfermagem.

De acordo com a Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, de 1986, a enfermagem brasileira é classificada em enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem e parteiro. Em especial, os enfermeiros e as enfermeiras são os que organizam as equipes, supervisionam as atividades, realizam consultas e prescrevem procedimentos de enfermagem. São os profissionais de enfermagem que estão diretamente envolvidos nos cuidados aos pacientes, oferecendo toda a assistência necessária por períodos de 24 horas ao dia e sete dias na semana.

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Conforme o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren/PR), o enfrentamento da pandemia de Covid-19 está expondo de forma excepcional as demandas históricas da enfermagem quanto a condições de trabalho, EPIs, carga horária, remuneração e, até então, a “invisibilidade social da categoria”.

Em meio a todos os atuantes da área, os profissionais de enfermagem teriam mais pré-disposição à doença, devido ao contato direto com o paciente, seja ele suspeito, seja confirmado com Covid-19. São eles que realizam diversos procedimentos que podem aumentar o risco de transmissão do vírus.

Existem várias situações nas quais ocorre uma expressiva elevação da probabilidade de exposição à contaminação, seja por ventilação mecânica invasiva ou não, intubação ou aspiração traqueal, ventilação manual, ressuscitação cardiopulmonar, cuidados com dispositivos vasculares e respiratórios, banho no leito, troca de vestimentas, cuidados com feridas, contato direto com secreções, líquidos corporais e até aerossóis em diversos procedimentos que são realizados nos pacientes.

Não há medida milagrosa que evite a contaminação desses profissionais, além da intensificação das já conhecidas pela população. O uso de máscaras e luvas e a higienização das mãos continuam sendo primordiais, por isso é importante enfatizar todas as medidas de segurança, as quais devem ser redobradas em se tratando de quem trabalha em hospitais.

O uso adequado da paramentação (EPIs) antes de prestar o atendimento ao paciente e, principalmente, da desparamentação (EPIs) após o atendimento é de suma importância ao profissional da enfermagem, pois a desparamentação de forma inadequada pode aumentar as chances de contrair o novo coronavírus.

Mesmo com a tensão diária, sobrecarga de trabalho e desgaste emocional, o amor pela profissão e o desejo de cuidar do outro permanecem sendo características impressas em quem escolhe a enfermagem como profissão.  Nenhum tratamento terá sucesso se o cuidado não for de qualidade. O cuidar é o que nos move. Cuidado associado com base científica.

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