Um olhar adiante


Por Lívia Trajano Francischini, Estudante de Jornalismo da Estácio JF

25/06/2020 às 06h43

A chegada da Covid-19 trouxe mudanças não somente nos afazeres do dia a dia, como também na forma de enxergar o mundo. E, por mais contraditório, a única certeza que temos é sobre o futuro incerto. Transformações bruscas, medos, perdas, questionamentos e insegurança. O que vai ser de nós? Nossa realidade voltará a ser igual?

Certamente já estamos sofrendo os impactos… Seja economicamente, seja psicologicamente. A ansiedade tornou-se nossa “melhor” companheira. Noites sem dormir, preocupações, contas a pagar. A voz tornou-se muda. As palavras não saem, ficaram retidas em pensamentos que gritam por si só. Mente barulhenta, raciocínio desconexo. A instauração externa, e, sobretudo, interna do caos.

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O vazio de um abraço, a falta de um toque. Aquele sábado à tarde, reunido em meio aos amigos, quantas risadas, quanta distração. Lembranças de um domingo na casa dos familiares… Que falta faz um aconchego!

Nesta pandemia, fizemos da internet nossa grande aliada, e da nossa memória, uma reserva de boas recordações. Nunca valorizamos tanto uma fotografia. O singelo momento do “agora”. Colocar os pés para fora de casa tornou-se algo inédito. Uma simples ida ao portão para colocar o lixo é um pequeno momento de prazer. E, para quem ainda necessita sair, os olhares, através das máscaras, mostram a expressividade daqueles que têm temor.

Torcemos por dias melhores. Ligamos a televisão à espera de uma boa notícia, atentos às informações. Quem sabe não haverá menos mortes? Quem sabe não descobrirão a cura? Aos fiéis, o murmúrio pela fé. Um pedido aos céus, que venham bons dias.

Que possamos seguir em frente. Que possamos, ainda que cause dor, colher boas experiências. Que sejamos humildes e menos egoístas. E que, acima de tudo, possamos enxergar o próximo com mais afeto; para que, quem sabe assim, descubra-se que a maior lição dessa pandemia é o olhar singelo ao próximo, é a preocupação, o cuidado e o zelo. Empatia, essa é a palavra-chave. Porque somos vida. Somos um ponto de luz mediante a imensidão.

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