Racismo


Por GUSTAVO ALVES RATTES, COLABORADOR

24/05/2015 às 06h00

O racismo é destrutível, doente, imoral e opressor. Ofende um indivíduo ou, mesmo, toda uma coletividade, baseado em características fenotípicas. Assinada há 127 anos por dona Isabel, princesa do Brasil, a Lei Áurea tornou extinta a escravidão, mas não conseguiu encerrar o preconceito contra os negros.

Vivemos em pleno século XXI e, infelizmente, assistimos e tomamos conhecimento de brasileiros que procuram perpetuar o ódio contra toda uma parte da humanidade, alimentando uma profunda repulsa, de duradouras raízes, sedimentada pela inveja, hipocrisia e pelo sentimento de superioridade. Quem de pele branca pode se considerar melhor que alguém de pele negra? Com certeza, o comportamento radicalizado de quem se considera privilegiado por possuir uma cútis branca é o reflexo de sua ignorância e de sua bestialidade.

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Segundo Ianni (2004), a questão racial parece ser um desafio do presente, mas trata-se de algo que existe desde há muito tempo. Modifica-se ao acaso das situações, das formas de sociabilidade e dos jogos das forças sociais, mas reitera-se continuamente, modificada, mas persistente. Esse é o enigma com o qual se defrontam uns e outros, intolerantes e tolerantes, discriminados e preconceituosos, segregados e arrogantes, subordinados e dominantes, em todo o mundo. Mais do que tudo isso, a questão racial revela, de forma particularmente evidente, nuançada e estridente, como funciona a fábrica da sociedade, compreendendo identidade e alteridade, diversidade e desigualdade, cooperação e hierarquização, dominação e alienação.

O Brasil é um país extremamente miscigenado, em que os brasileiros são fruto, ao mesmo tempo, de brancos europeus, negros africanos, índios da terra, dentre outros. Apesar disto, o racismo está sempre presente de maneira implícita ou explícita nos locais de trabalho, na faculdade, nos bancos escolares e nos momentos de lazer. É nesta oportunidade em que as escolas devem criar mecanismos de combate contra a discriminação racial na escola e na sociedade, de forma que o racismo possa ser amplamente discutido e superado com o objetivo de se promover o bem-estar de todos! Pelo menos uma discrepância vem sendo eliminada, mesmo que gradualmente: o acesso ao ensino superior público através das cotas, que considero justas e necessárias, porque corrige umas das injustiças ocasionadas na história do Brasil.

Não dá para fingir que o racismo não existe! Temos que combatê-lo!

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