O que esperam os empregadores?


Por Ronaldo Mota Chanceler da Estácio

23/11/2017 às 06h30

O mundo está mudando, e os empregadores já não são os mesmos. Há uma grande tendência de que, progressivamente, o espaço de empregos tradicionais dê lugar ao surgimento de novas oportunidades profissionais, ancoradas em atividades e negócios inéditos.
Mesmo assim, ao longo desta transição, os empregadores ainda são as pessoas responsáveis por dirigir empreendimentos, privados ou públicos, que continuarão decidindo sobre o futuro de parte dos profissionais desta geração.

No passado recente, as expectativas dos empregadores acerca de um profissional a ser contratado eram menos complexas e mais previsíveis do que hoje. Havia para cada uma das profissões uma relativa certeza acerca do conteúdo mínimo, bem como do conjunto associado de técnicas e procedimentos que o formando deveria dominar.

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Educar, contemporaneamente, continua a contemplar a formação profunda em um campo profissional específico, mas transcende em muito tal exigência, incluindo também desenvolver novas competências e habilidades socioemocionais que costumavam ser menos valorizadas. São exemplos desses ingredientes o destemor por novos desafios, o estímulo à criatividade, a propensão à inovação e o desenvolvimento do espírito empreendedor, além de saber trabalhar em grupo, explorando empatia e compaixão.

Permanecem existindo conteúdos imprescindíveis a qualquer profissional e que serão as bases iniciais de sua capacidade de resolver problemas. Mas a complexidade atual exige ir muito além, introduzindo novidades, a maior parte delas decorrente da emergência disruptiva das tecnologias digitais. Agir educacionalmente neste novo cenário demanda repensar a ciência da aprendizagem e propor e implementar modelos pedagógicos bastante distintos daqueles que, em geral, temos adotado.

O educando, mais do que nunca, é o centro e a aprendizagem, cada vez mais, personalizada. Todos aprendem o tempo todo e em qualquer lugar, sendo que cada um aprende à sua própria maneira. O domínio do conteúdo em si, ainda que relevante, torna-se relativamente menos importante do que ter aprendido a aprender.

E como ficam os empregadores neste contexto? Assim como os empregados, serão exigidos a rever conceitos, adotar novas estratégias e, por vezes, mudar radicalmente a essência de seus negócios.

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