Demência na Doença de Alzheimer

Por Sérgio Fonseca, Neuropsicogeriatra


Por Tribuna

21/09/2017 às 06h30- Atualizada 21/09/2017 às 14h47

O dia 21 de setembro é mundialmente dedicado à conscientização sobre a Demência na Doença de Alzheimer. Há 110 anos, Alois Alzheimer, pela primeira vez, apresentava à comunidade científica o estudo que fez com sua cliente, a sra. Augusta Deter, revelando uma doença degenerativa, progressiva e irreversível, que em 1911 recebeu o seu nome no célebre tratado de psiquiatria de Emil Kraepelin. Mais de um século se passou, e sua contribuição científica ainda é considerada um marco fundamental para o diagnóstico da doença.

Embora com todo o conhecimento que se tem em nossos dias, podemos dizer que ainda é uma doença pouco reconhecida e, muitas vezes, não recebe o tratamento hoje disponível. A Doença de Alzheimer tem como o seu primeiro fator de risco a idade, fator este que já mostra uma significativa melhora na qualidade de vida das pessoas, mas traz consigo o risco das doenças demenciais. A Demência secundária à Doença de Alzheimer é a forma mais comum encontrada na população idosa, em que uma em cada nove pessoas com 65 anos de idade ou mais tem a Doença de Alzheimer.

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Algumas perguntas, ainda hoje, permanecem sem respostas concretas, como: eu vou ter Doença de Alzheimer? Esta doença tem cura? Atualmente, as drogas disponíveis para o uso na doença são capazes de reduzir a velocidade de piora do quadro clínico, com isso, reduzindo também a carga de trabalho dos familiares e cuidadores. Da avaliação clínica já dispomos de algumas ferramentas que nos ajudam a firmar o diagnóstico em possível, provável e definitivo.
Um dos primeiros sinais e sintomas da Doença de Alzheimer é o esquecimento para situações e eventos recentes, evoluindo concomitantemente com alguma dificuldade no exercício de suas atividades mais complexas, como gerenciar conta bancária, fazer compras sem acompanhante, ser capaz de compreender o conteúdo de um programa e/ou o tema de uma mensagem, lembrar de compromissos futuros e outras situações que exigem um maior nível cognitivo para a sua realização.

A questão-chave é: como fazer para diminuir as chances de vir a desenvolver essa doença? Um trabalho apresentado no último congresso da Alzhemer’s Association International Conference 2017, em Londres, focou algumas condutas que, no conjunto, podem reduzir a incidência da doença na população em 35% nos próximos anos, tais como o nível de escolaridade, o controle da hipertensão arterial, da obesidade, da perda auditiva, da doença depressiva, do diabetes, da inatividade física, do tabagismo, além de se enfrentar a pouca participação social. Esses fatores são passíveis de serem adotados, com isto, contribuindo para reduzir a possibilidade da instalação da doença.

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