Sob a luz

“Andai enquanto tendes a luz, para que a treva não vos retenha; quem anda na treva não sabe para onde vai” (Jesus).

A advertência de Jesus estende-se a toda a humanidade e concita-nos a caminhar e a buscar o progresso e a autoiluminação. Para a maioria de nós, espíritos em aprimoramento, o passado marca também desencantos, erros e experiências negativas, enquanto que o futuro revela a possibilidade de evolução e a luz bendita da imortalidade.

Entre os dias que se foram e aqueles que virão, situam-se os tesouros do presente, descortinando-nos oportunidades preciosas de evolução espiritual. A hora que passa se traduz para nós em abençoadas novas experiências, convidando-nos a valorizar e a revalorizar os recursos e os talentos que estão em nossas mãos. O dia de hoje é o começo de novas oportunidades de caminhar sob a luz; é momento de consultar uma página edificante que nos ilumine as decisões; de vencer impulsos inferiores; de exercitar a caridade; é tempo de converter a tristeza em alegria; de estender o bem; de fazer o melhor que estiver ao nosso alcance. Se o passado fugiu de nossas mãos, o presente é o tempo de acerto, com vistas a um futuro mais feliz, mais consciente, mais cristão.

Emmanuel, por Chico Xavier, fala-nos da importância do aproveitamento das horas e nos lembra de que Jesus destacou o valor do tempo e do trabalho, ao glorificar a última hora dos seareiros da verdade que se decidem a trabalhar. Da primeira à última hora, todos os trabalhadores da vinha do senhor tiveram direito ao trabalho e ao justo salário, valendo para nós, assim, também, o ensinamento de buscar a luz da verdade e começar a trabalhar antes que o dia se acabe na escuridão da noite.

O tempo é concessão divina a todos nós, e a vida humana é ensejo de correção, aprendizado, conquista e reconciliação. Em pequenos instantes, deslocam-se mundos, movimenta-se a natureza, modificam-se cenários. Tudo se transforma. Estagnar é perder tempo, é reter-se na escuridão. O tempo, como a luz do sol, é concedido a todos, o que realizamos dentro dele é que difere. Para cada um, fica a opção de iluminar-se, através do esforço para vencer a condição inferior em que se encontre e buscar, gradativamente, a aquisição de sentimentos que enobreçam e realizem para o bem.

D. Isabel Salomão de Campos nos esclarece que nossa conduta deve dignificar-nos como filhos de Deus e destaca a força da opção: “O passado faltoso não tem poderes sobre o presente de renovação com o Cristo”.

Caminhemos sob o eterno presente à luz dos ensinamentos de Jesus, relacionando os recursos de que dispomos e prestigiando as horas no bem para nós e para o próximo, aproveitando cada momento para sermos melhores e realizarmos o melhor, confiantes na presença amorável do Cristo: “Eu sou a luz do mundo, aquele que me segue não andarás em trevas” (Jesus).

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