O poder que um vírus pode ter sobre nós


Por João Guilherme Barros, estudante de Jornalismo da Estácio JF

20/08/2020 às 07h00- Atualizada 25/08/2020 às 16h46

Estamos vivenciando um momento extremamente delicado e complicado para o mundo e para o nosso país, abrangendo comunidades, empresas, famílias e indivíduos. No momento, nos encontramos presentes em um universo de dúvidas, no qual a única certeza que temos é que ainda não temos a cura de um vírus. Ainda não conhecemos com precisão seu nível de letalidade, que varia de acordo com as características de cada localidade e faixa etária. Entretanto já sabemos o quanto está aterrorizando a população.

Fechando fronteiras, mobilizando caos nos governantes, impedindo o fluxo normal das atividades laborais e pessoais na vida cotidiana e impactando os negócios em praticamente todos os setores da economia.

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A pandemia do coronavírus é o assunto principal, cujo isolamento social está fazendo o mundo parar. A imprensa foi revalorizada, pela busca instantânea por informações corretamente apuradas e mais confiáveis em meio a uma guerrilha de fake news nas redes sociais. Pais tiveram que prestar atenção, educar e zelar mais pelos filhos. As pessoas passaram a dar mais valor ao trabalho dos colaboradores domésticos, ausentes em suas casas. O sentimento da tolerância e o sentido de família se fortaleceram. Descobriu-se que é realmente possível ensinar, aprender e reunir-se a distância.

A vida ficou diferente, monótona, triste sem o futebol, sem os shows de música, sem os eventos, sem os passeios no parque, sem as idas aos museus e sem os barzinhos. Mas, ao mesmo tempo, despertou um sentimento bonito de solidariedade entre vizinhos. Para realizar compras, para dividir informações, para musicalizar a vida, para estender o ombro e suavizar a angústia. Apesar de tudo, valorizamos nossa casa como espaço vital, de importância capital em nossas vidas.

Quando tudo isso acabar, os abraços serão mais calorosos, os contatos serão mais afetuosos, as saídas serão mais demoradas, a cerveja do boteco terá gosto de liberdade, e o outro terá uma visão diferente para nós, afinal, poderemos nos tocar, o que não nos é permitido agora. A pandemia serviu para abrir os nossos olhos perante o que é necessário. Afinal, de que adianta dinheiro, um carro do ano, um celular da moda, se não tivermos saúde para enfrentar uma doença que não tem cura? A valorização individual e coletiva será outra.

Perspectivas serão drasticamente mudadas, e cabe a nós todos lidarmos com isso de forma natural, afinal, o pior já vai ter passado, e um novo ciclo estará por vir.

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