Chegou a vacina e, com ela, a esperança


Por Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves, dirigente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo (Aspomil)

19/01/2021 às 06h58

Apesar de trancos, incompreensões, mi-mi-mis e explorações político-eleitoreiras, a vacina contra a Covid-19 já é uma realidade presente em nosso país. Desde a manhã dessa segunda-feira (18), o Ministério da Saúde está transportando a Coronavac rumo aos estados, e estes, também de forma acelerada, têm o compromisso de fazer com que ela aos seus municípios, que, pelo esquema tripartite do SUS (Sistema Único de Saúde), é quem vai aplicar a droga nas respectivas populações. Louve-se o trabalho criterioso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que ignorou todos os ruídos e cumpriu a sua tarefa. Também se deve destacar a oportunidade da veiculação da reunião da agência – que aprovou o uso emergencial das vacinas – por televisão, rádio e internet. Quem teve interesse e disposição de assistir foi informado sobre critérios e outros pormenores que afastam dúvidas daqueles que ainda temiam (ou continuam temendo) a eficiência da droga e seus possíveis efeitos colaterais.

Agora começa uma nova fase. A de verdadeiro combate à pandemia através do enfrentamento do vírus. Resta de tudo o que foi dito na reunião, e confirmado por especialistas diversos, que, independentemente do percentual de eficácia da vacina, o indivíduo vacinado dificilmente será atingido pelo coronavírus e, se o for, não evoluirá para o quadro grave, que exige internação e entubação e pode levar à morte. Só isso é um verdadeiro alívio a todos nós e uma injeção de ânimo para continuarmos por mais algum tempo – até que haja a baixa na circulação do vírus – usando máscara, lavando as mãos, mantendo distanciamento pessoal e evitando aglomerações. Importante destacar que, após a aplicação, a vacina leva alguns dias para fazer o efeito imunizante, e, ainda, será necessária a aplicação da segunda dose.

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Vamos todos seguir as orientações sanitárias para, com isso, diminuir a possibilidade de infecção e reinfecção nesse período em que o vírus continua circulando alto. E esperar que, como resultado da vacinação, logo diminuam a identificação de novos casos, as internações e, principalmente, as mortes. No dia em que isso for percebido, poderemos começar a festejar o fim da praga que já nos fez perder quase um ano de vida útil e mais de 200 mil patrícios.

Louve-se, também, o discernimento dos responsáveis do Plano São Paulo e de prefeitos, que reduziram as restrições estabelecidas. Principalmente os que não fecharam estabelecimentos como ocorreu nas fases anteriores. Mesmo com restrições de ocupação de espaço, bares, restaurantes e outros negócios ainda conseguirão sobreviver até que a quarentena seja levantada. É de se esperar que doravante se encontrem motivos para logo começar a afrouxar as medidas e trazer de volta a vida normal.
Quanto ao marketing que alguns – especialmente o governador João Doria – têm feito em torno da vacina, pensamos ser irrelevante.

Em vez de aplaudi-lo ou repreendê-lo por isso, preferimos reconhecer os esforços que empreendeu para trazer a Coronavac que, diante do retardo da Índia a nos entregar as doses da vacina de Oxford, é o único imunizante hoje disponível no Brasil. Que a União, os estados e os municípios façam o melhor proveito dessa droga e não cessem os esforços para que logo a Fiocruz comece a produzir a Oxford – também aprovada pela Anvisa – e ainda possamos contar com as fórmulas da norte-americana Pfizer e da russa Sputinik V. Quanto mais, melhor.

Precisamos vacinar a população. Pouco importa quem vai aparecer na fotografia e se isso poderá render (ou não) dividendos políticos. Chega de estupidez!

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