Crise hídrica e a tarifa de energia
A crise hídrica no Brasil tem sido muito discutida, uma vez que ela pode acarretar diversos problemas. Recentemente, foi tema de um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão pelo atual ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que pediu o uso “consciente e responsável” de água e energia pela população.
Crise hídrica é caracterizada por baixos níveis de água em reservatórios de abastecimento. O último período de chuvas, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, foi o mais seco dos últimos 90 anos, ressaltou o ministro. As causas são diversas. Entre elas, estão: diminuição nos níveis de chuva, que, segundo especialistas, é agravado pelo desmatamento florestal da região amazônica; desperdício, que pode ser causado por cidadãos (torneiras vazando, banhos demasiadamente demorados, entre outros), bem como por grandes indústrias e pelo setor agrícola, responsável por mais de 60% do consumo de água atualmente.
O modelo mais utilizado para produção de eletricidade no país é o das hidrelétricas. Logo, esse setor é diretamente afetado pela baixa dos níveis de água nos reservatórios. Diante disso, é necessário o uso mais intenso de outras fontes de energia, como a termoelétrica, para suprir a necessidade do país. Porém a energia gerada por essa modalidade é mais cara, além de contribuir com altas taxas de emissões de carbono para atmosfera.
Existem diferentes tipos de usinas termelétricas, como: termelétricas convencionais (utilizam a queima de gás natural e/ou óleo combustível); termelétrica a carvão (utiliza a queima de carvão mineral); termelétrica a biomassa (utiliza a queima de madeira, bagaço e etanol); termonuclear (utiliza o calor do urânio enriquecido, sem emissão de carbono).
O custo maior na sua produção, em comparação com a energia gerada pelas hidrelétricas, leva a uma necessidade de ajuste na tarifa. Esse valor acaba sendo repassado para o consumidor. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, por exemplo, um reajuste médio de 9,44% nas tarifas da Enel Distribuição São Paulo.
A melhor forma de evitar a crise hídrica e seus impactos é investir em políticas de preservação ambiental, realizando programas de conscientização do uso sustentável, bem como a proteção dos corpos d’água.
Considerando a situação atual de crise hídrica que estamos vivenciando, a utilização de energia vinda das termelétricas é a alternativa mais viável. Diante disso, devem passar a ser vistas como fundamentais para nosso sistema de distribuição de energia, priorizando as termelétricas a biomassa que utilizam fontes renováveis e possuem baixo potencial poluidor. Principalmente porque nosso modelo baseado em hidrelétricas está se esgotando, em função das dificuldades ambientais para a construção de grandes usinas.
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