Novos tempos na Arquidiocese de Juiz de Fora
Com grande alegria, celebramos, no dia 31 de outubro, a Santa Eucaristia como marco especial, em nossa Igreja Particular juiz-forana, agradecendo a Deus pela primeira etapa de nosso II Sínodo Arquidiocesano, iniciado a 7 de dezembro de 2019, que durou praticamente dois anos, marcado fortemente pela inesperada pandemia da Covid-19. Nesse mesmo momento, com muita alegria e esperança, abrimos a Segunda Fase Sinodal, empreendendo caminhos novos nesse tempo que já se abre para a superação da pandemia.
Nessa ocasião marcante de nossa história arquidiocesana, quando caminhamos também para celebrar o centenário diocesano, tivemos a satisfação de escolher e chamar ao Diaconato nossos caros filhos Rafael Coelho do Nascimento e Robert César Teixeira. A ordenação diaconal desses irmãos representa muito para todos nós, pois, além de serem dois novos servidores de Deus que chegam para se somarem ao clero na construção do Reino, também representam, nessa nova fase sinodal, a marca da atenção aos pobres e à reforma da vida pastoral, dois elementos eminentemente diaconais. Foi para isso que os Apóstolos instituíram a ordem dos diáconos na Igreja, como lemos no Atos dos Apóstolos 6, 1-7. É significativo o lema que eles escolheram: “Ungiu-nos, selou-nos e pôs em nosso coração o Espírito como penhor”, da 2ª Carta aos Coríntios, 1, 22. O serviço na Igreja é sopro do Espírito que nos unge e nos envia, e eles serão força nova nessa missão.
Que queremos, em nossa Arquidiocese, com todos esses fatos, senão colocar em prática, da melhor maneira possível, o grande mandamento que Jesus ensinou? O que queremos com nosso Sínodo, senão caminhar juntos, praticando concretamente o amor? O que pretendem nossos jovens irmãos, ao se consagrarem perpetuamente a Deus, senão servir desinteressadamente, como fez o Senhor somente por amor? À base de nossos sínodos, com a proposta de caminharmos sempre juntos, está o mandamento maior: amar a Deus e amar o próximo. Aqui se unem liturgia e ação caritativa, solidária, misericordiosa, sobretudo com os mais vulneráveis.
A nova fase sinodal se organiza com dois olhares especiais provocados pelo período pandêmico. O primeiro é para os que foram mais atingidos pela pandemia: os pobres, os vulneráveis, os doentes com suas sequelas, as famílias mais atingidas pelas mortes. Quanto a isso, nos ajudam as palavras do Papa Francisco, sobretudo duas que ele tem repetido frequentemente: compaixão e esperança. O segundo olhar será para nós mesmos, para revisarmos nossos esquemas pastorais a fim de torná-los cada vez mais eficazes. Os pronunciamentos do Papa Francisco nos ajudarão, sobretudo a encíclica Fratelli Tutti, lançada há um ano, a 3 de outubro de 2020, sobre a fraternidade e a amizade social.
Eis os grandes desafios colocados pela nossa fé nessa nova etapa de nossa caminhada sinodal arquidiocesana. Unidos todos, com coragem e ânimo, movidos pelo Espírito do Senhor, com disposição e amor, vamos juntos caminhar nesse novo tempo, certos de que estamos realizando o grande preceito do Senhor: amar a Deus com todo nosso coração, com toda a nossa mente, com todo o nosso entendimento e com toda a nossa força, e ao próximo como a nós mesmos.
Que Maria Santíssima, a quem queremos escolher como Mãe amorosa protetora de nossa Arquidiocese, nessa caminhada rumo ao centenário diocesano, juntamente com Santo Antônio, nosso Padroeiro, nos abençoem como fiéis intercessores diante da Trindade Santíssima, a eterna comunidade de amor.
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