O que é novo


Por Paulo César de Oliveira, jornalista e diretor-geral da revista "Viver Brasil" e do jornal "Tudo BH"

16/02/2018 às 07h49

Com a falência dos velhos políticos em atividade – com raríssimas exceções – por envolvimento em escândalos e falcatruas, alguns poucos até presos, fica o vácuo eleitoral. Desta forma, há que se promover uma renovação na política pelo voto. No entanto, os antigos, mesmo fora das urnas, querem conduzir o povo, como é o caso de Fernando Henrique Cardoso – execrado por alguns por ter comprado a reeleição no Congresso e aplaudido por outros que através dela se perpetuaram no poder.

E é exatamente FHC que quer que o apresentador Luciano Huck se candidate a presidente da República. Com que experiência? Só se for para aprender os métodos antigos com FHC e segui-los como um cordeirinho. No seu partido, por que não apoiar um Geraldo Alckmin, que não é bem o novo, mas tem experiência de quatro mandatos em São Paulo, que é um outro país? Ou mesmo um João Doria, que se elegeu prefeito de SP no primeiro turno, sem apoio de FHC e de outras lideranças antigas do PSDB.

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E até mesmo o senador Antonio Anastasia – que, mesmo tendo sucedido e sido eleito pelo então governador, hoje execrado mas ainda senador, Aécio, é novo e respeitado. FHC quer Huck porque acha que pode mandar nele. O que não é o caso dos três citados.

No PT, o seu ex-líder maior, Lula, está desmoralizado por ter comandado o governo mais corrupto já implantado neste país. Não tem nenhum novo a ser apresentado.

Em Minas, mesmo tendo sido deputado federal há alguns anos, voltando à política como prefeito de Betim, o muito bem-sucedido empresário Vittorio Medioli é o novo como candidato ao Governo de Minas.

E assim é no Brasil, sem muitos nomes novos na política, e sem perspectivas de renovação profunda, já que no Congresso Nacional os parlamentares atuais fizeram uma “minirreforma política” para que os novos não se elejam.

E assim surgem os Bolsonaros e outros ultradireitistas, que falam em se candidatar à Presidência da República e ainda conseguem alguns seguidores.

Enfim, nesta eleição de 2018, o eleitor terá que pensar muito para termos uma renovação para melhor. Caso contrário, vamos ficar do jeito que está. Se não piorarmos.

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