Saúde bucal e o paciente diabético


Por André Machado, Cirurgião-dentista especialista em endodontia, professor, mestre e doutorando em Clínica Odontológica

15/11/2020 às 06h58

Quando falamos em saúde, precisamos dizer que ela começa pela boca. Isso vale para o que falamos, comemos e bebemos e, principalmente, sobre o aspecto dentário e de todas as estruturas que envolvem os dentes. Ter bons hábitos de higiene, como escovação após as refeições, uso de fio dental e visitas regulares ao dentista, ajudam a prevenir muitas doenças, sobretudo a cárie, a principal causadora de problemas endodônticos, que levam ao tratamento de canal.

A cárie pode surgir de diversos fatores e ter sua evolução variada de acordo com cada paciente. O desequilíbrio de bactérias, que naturalmente colonizam nosso meio bucal, e o seu acúmulo levam à formação de placas, que acabam danificando o esmalte que cobre a superfície do dente, criando pequenos orifícios, ambiente perfeito para que a cárie se desenvolva. Em casos avançados, a cárie gera dores e pode levar à necessidade de tratamento de canal. E, ainda sim, se não tratada, pode evoluir para lesões mais graves sobre a raiz dentária.

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Sem dúvidas, esse problema é um transtorno na vida das pessoas, todavia pacientes com condições peculiares como diabetes mellitus precisam de alguns alertas em especial. Neste último sábado, 14 de novembro, foi o Dia Mundial do Diabetes, uma data que visa a alertar as pessoas sobre essa doença crônica e silenciosa, que atinge uma parcela significativa da população. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estima que mais de 12 milhões de brasileiros convivam com a doença, por isso é importante salientar que o diabético tem no cirurgião-dentista um importante aliado para a prevenção e mais bem-estar.

A principal característica do diabetes é a alteração na produção e na absorção da insulina, hormônio que regula a glicose no sangue. E, por isso, o diabético precisa estar em constante acompanhamento do seu índice glicêmico. Do contrário, pode ter dificuldades na cicatrização de feridas, o que redobra a atenção caso ele precise realizar certos procedimentos, como é o tratamento de canal.

A última meta-análise – topo da evidência científica – publicada sobre o tratamento de canal e o diabetes, em julho deste ano, mostra que há um indício significativo de lesões pós-operatórias em pacientes diabéticos se comparado a pacientes não diabéticos. A melhor teoria aceita é que isso esteja relacionado à capacidade de reparo ósseo do paciente, sobretudo naqueles com a doença descompensada, sem controle glicêmico, uma vez que o diabético tende a ter dificuldades na realização desse reparo.

Muitas vezes, para se reabilitar a estética e a mastigação de certos dentes, se faz necessário o tratamento de canal. Assim, endodontistas são especialistas em salvar dentes, portanto tratam seus acometimentos internos pulpares para devolver ao paciente o sorriso, sem precisar de extração dentária. Para isso é preciso analisar a saúde do paciente como um todo. No caso de uma pessoa diabética, é importante dizer que a doença não contraindica o tratamento endodôntico em nenhum aspecto, porém o paciente deve informar a sua condição ao profissional antes de iniciar o procedimento. O tratamento endodôntico atual, inclusive já presente em Juiz de Fora, utiliza de tecnologias capazes de promover mais conforto, segurança e assertividade ao paciente, extinguindo a ideia que o tratamento de canal é longo, dolorido e desconfortável.

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