Agronegócio: uma visão estratégica


Por Pedro Leitão, secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais

15/10/2017 às 07h00

Em meio à crise que enfrentamos atualmente, o agronegócio tem se destacado como o setor que mais cresce e contribui significativamente para a melhoria dos indicadores econômicos. Em Minas Gerais, esse momento de retração econômica que o país enfrenta serviu para demonstrar, de forma evidente, a força e a importância estratégica do agronegócio. Entre 2004 e 2016, o PIB do agronegócio mineiro pulou de R$ 129,1 bilhões para R$ 208,7 bilhões. Um crescimento de 61,6%, segundo dados apurados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA/ESALQ/USP. Nesse mesmo período, a participação mineira no agronegócio nacional aumentou de 10,9% para 13,9%.

A produção agropecuária mineira contribui com 37,8% do PIB do agronegócio e tem relevância no cenário nacional em vários produtos agrícolas, sendo o maior produtor de café, batata e alho. Em relação à produção pecuária, Minas Gerais é o maior produtor de leite, com forte contribuição da Zona da Mata.

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Essas posições de destaque decorrem da vocação do estado para o setor, da capacidade empreendedora do produtor rural e, ainda, da atuação das universidades, centros de pesquisas e instituições. Além disso, contamos com um Sistema Estadual de Agricultura robusto (Epamig, Emater-MG e IMA) que demonstra no dia a dia que, quanto mais integrado e alinhado nos mesmos objetivos, maior a sua contribuição para o desenvolvimento do setor no estado. Pesquisa, assistência técnica e defesa sanitária são áreas que precisam e devem caminhar juntas.

Em 2016, as exportações do agronegócio mineiro somaram US$ 7,3 bilhões, representando 33,6% das vendas negociadas pelo estado. Indicadores como esses demonstram a relevância do setor para o desenvolvimento do estado, uma vez que esse segmento não só potencializa a economia como também resulta em impactos positivos para a sociedade como um todo, por meio da redução dos índices inflacionários, do abastecimento regular, da segurança alimentar e da geração de empregos e renda.

Defendemos que o agronegócio deve ser visto não apenas como um setor importante na geração de riqueza, empregos e oportunidades, mas sobretudo como um caminho estratégico para o desenvolvimento. Nesse sentido, torna-se fundamental articular o setor para a construção de uma agenda estratégica que defina metas de longo prazo que incluam desenvolvimento tecnológico, prospecção de novos mercados, sustentabilidade, modernização da legislação e políticas de fomento. Trata-se de setor estratégico para o estado e que ainda conta com um enorme potencial de crescimento.

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