O vírus que parou o mundo


Por Debora Bambino, radialista e estudante de Jornalismo da Estácio JF

11/08/2020 às 06h50

Isolamento, distanciamento, quarentena, lockdown, pandemia, coronavírus, Covid-19, mortes… Palavras que começaram a fazer parte do nosso cotidiano de forma tão sombria. O mundo inteiro, todos juntos, vivendo a mesma experiência, nova e ao mesmo tempo tão devastadora.

O planeta estava acelerado e distante. Pessoas, mesmo juntas, estavam separadas. A correria do dia a dia nos afastava, e, de uma hora para a outra, tudo mudou, parou. Fomos obrigados a enfrentar algo que ninguém esperava. Um vírus novo, que não vemos e muitos nem sentem, se alastra de maneira assustadora e já causou inúmeras mortes. Pessoas passaram a ser números, e altos, pavorosos. As famílias não podem velar seus falecidos, caixões lacrados, todos aterrorizados.

PUBLICIDADE

Escolas estão vazias, igrejas estavam de portas fechadas, comerciantes lutando para se manterem, todos se adaptando, se “virando” como podem. Pessoas com medo, hospitais lotados. Pesquisadores trabalhando para descobrir uma vacina. Embora ainda exista quem não acredite, que lute de forma contrária, essa passou a ser a nossa realidade.

O mundo está mudando, ou melhor, já mudou. O abraçar, o beijar, o estar juntos, o sair de casa, o encontrar os amigos, o simples gesto de andar nas ruas nunca foram tão desejados como hoje. O valor dessas ações, no momento, é incalculável. Práticas tão simples que nunca foram tão importantes, mas que, com certeza, terão outro sentido.

Mas, em meio a tantas notícias ruins, a tantas mortes, a tanta tristeza, precisamos encontrar algo que nos faça refletir e a ver o mundo diferente. O virtual, que antes fazia parte do cotidiano de forma tão automática e opcional, passou a ser a única forma de comunicação. O mundo precisou parar. Paramos de forma brutal, assombrados por um ser invisível, porém com um poder devastador, que serve para mostrar que precisamos valorizar a vida e tudo o que está à nossa volta.

Ao fim desse tempo sombrio, o acordar de manhã jamais será o mesmo. A distância que existia mesmo estando perto será, no mínimo, menor. O diálogo, que em muitas famílias estava perdido, foi retomado. O amor ao próximo e a empatia se fortaleceram e precisam permanecer após esse período. Os valores das pequenas coisas e dos pequenos gestos se tornarão gigantes.

E como diz a música de Renato Russo: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã…”. Precisamos acreditar que somos capazes de superar essa crise e valorizar o mundo, as pessoas, porque não sabemos o que nos espera amanhã.

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.