O vírus que parou o mundo
Isolamento, distanciamento, quarentena, lockdown, pandemia, coronavírus, Covid-19, mortes… Palavras que começaram a fazer parte do nosso cotidiano de forma tão sombria. O mundo inteiro, todos juntos, vivendo a mesma experiência, nova e ao mesmo tempo tão devastadora.
O planeta estava acelerado e distante. Pessoas, mesmo juntas, estavam separadas. A correria do dia a dia nos afastava, e, de uma hora para a outra, tudo mudou, parou. Fomos obrigados a enfrentar algo que ninguém esperava. Um vírus novo, que não vemos e muitos nem sentem, se alastra de maneira assustadora e já causou inúmeras mortes. Pessoas passaram a ser números, e altos, pavorosos. As famílias não podem velar seus falecidos, caixões lacrados, todos aterrorizados.
Escolas estão vazias, igrejas estavam de portas fechadas, comerciantes lutando para se manterem, todos se adaptando, se “virando” como podem. Pessoas com medo, hospitais lotados. Pesquisadores trabalhando para descobrir uma vacina. Embora ainda exista quem não acredite, que lute de forma contrária, essa passou a ser a nossa realidade.
O mundo está mudando, ou melhor, já mudou. O abraçar, o beijar, o estar juntos, o sair de casa, o encontrar os amigos, o simples gesto de andar nas ruas nunca foram tão desejados como hoje. O valor dessas ações, no momento, é incalculável. Práticas tão simples que nunca foram tão importantes, mas que, com certeza, terão outro sentido.
Mas, em meio a tantas notícias ruins, a tantas mortes, a tanta tristeza, precisamos encontrar algo que nos faça refletir e a ver o mundo diferente. O virtual, que antes fazia parte do cotidiano de forma tão automática e opcional, passou a ser a única forma de comunicação. O mundo precisou parar. Paramos de forma brutal, assombrados por um ser invisível, porém com um poder devastador, que serve para mostrar que precisamos valorizar a vida e tudo o que está à nossa volta.
Ao fim desse tempo sombrio, o acordar de manhã jamais será o mesmo. A distância que existia mesmo estando perto será, no mínimo, menor. O diálogo, que em muitas famílias estava perdido, foi retomado. O amor ao próximo e a empatia se fortaleceram e precisam permanecer após esse período. Os valores das pequenas coisas e dos pequenos gestos se tornarão gigantes.
E como diz a música de Renato Russo: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã…”. Precisamos acreditar que somos capazes de superar essa crise e valorizar o mundo, as pessoas, porque não sabemos o que nos espera amanhã.