Fraternidade e defesa da vida
Neste mês de março, no período da Quaresma, católicos de todo o país refletem sobre a Campanha da Fraternidade deste ano de 2017, que tem como tema: “FRATERNIDADE: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida”! E o lema: “Cultivar e Guardar a Criação, (Gn. 2,15)”! A iniciativa traz uma reflexão sobre o meio ambiente e sugere uma visão global das expressões da vida e dos dons da criação.
O documento de apresentação da campanha traz conceitos e reflexões importantes. “Em tempos mais recentes são delimitados e descritos os chamados biomas brasileiros. Bioma: ‘um conjunto de vida constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria’. Hoje, seria interessante nos perguntar: o que restou? Precisamos nos perguntar qual destino estamos dando a tantas riquezas e qual Brasil queremos deixar para as gerações futuras.”
“Somos mais de 200 milhões de brasileiros, 80% em cidades. O impacto disso sobre o meio ambiente põe em risco as riquezas naturais. O avanço das tecnologias distancia as pessoas dos problemas socioambientais. Pertencemos a uma mesma casa comum, dividindo esse planeta com sete bilhões de pessoas e bilhões e bilhões de seres vivos. A tensão entre a economia e a ecologia é o maior desafio para a humanidade.”
Motivado por uma série de apontamentos feitos pelo Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, sobre o meio ambiente como nossa “casa comum”, o povo de Deus no Brasil é convidado a olhar para as particularidades do nosso ecossistema, acolhê-lo como um dom e cuidar como parte de algo muito maior. O objetivo da Campanha de 2017, de acordo com o texto-base, é: “Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho”.
Além de reforçar compromissos, propor o conhecimento e o aprofundamento das realidades em que a população está inserida – sobretudo com relação à questão da preservação dos biomas -, a ação da Igreja atua para além de reflexões teóricas. Como gesto concreto, propõe-se uma coleta para o financiamento de projetos que atuem diretamente nos objetivos da campanha. Esta coleta é destinada ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) e visa promover a fraternidade entre as diversas regiões no intuito de erradicar a vulnerabilidade e o risco.
Todo o processo acontece por meio de edital, que acolhe sugestões de projetos de todo o país.
O FNS é composto por 40% de toda a arrecadação da Coleta Nacional da Solidariedade, realizada em todas as dioceses, paróquias e comunidades durante o Domingo de Ramos. Os outros 60% da coleta permanecem em suas dioceses de origem e compõem o Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS).