Do sonho ao pesadelo


Por Otávio Augusto, estudante de jornalismo

10/11/2016 às 07h00- Atualizada 10/11/2016 às 16h27

Apesar de o Tupi estar muito próximo do rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro, ainda existem chances matemáticas de o clube se livrar, porém a moral da equipe está em baixa, os jogadores não apresentam qualidade técnica, estão sem vontade, e muitos já foram vistos em baladas na cidade. O Galo Carijó ocupa a penúltima colocação, com apenas 30 pontos, sete atrás do Oeste, primeiro colocado fora da zona de rebaixamento. Faltando três rodadas para acabar a competição, se o Tupi vencer todas elas, ainda dependerá de outros resultados, por exemplo, se a equipe de Itápolis (SP) ganhar mais um jogo, não poderá ser alcançada pelo time juiz-forano, com isso, o Tupi estaria rebaixado. Com o empate do Paraná na rodada, o Galo já não consegue alcançá-lo na tabela. O próximo compromisso do Carijó é contra o líder do campeonato, o Atlético-GO, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia.

Em vez de aproveitar a chance de se manter na segunda divisão, depois de uma longa batalha nos anos anteriores, sempre batendo na trave no acesso, o Tupi hoje pode deixar tudo a perder devido ao amadorismo da direção, que não investiu de forma correta em reforços. O clube não possui um bom centro de treinamento e não dá muito espaço para as categorias de bases. O primeiro treinador demitido pela equipe foi o Ricardo Drubscky, que já treinou o Tupi, conquistou o título da Série D, sendo considerado o mais expressivo da história carijó, e também já teve passagens por times da Série A, como Fluminense, Atlético-PR e Goiás. O treinador acabou levando a culpa pelo erro da direção. Não tinha jogadores de qualidade para trabalhar o elenco, sendo dispensado.

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Com a saída dele, entrou Estevam Soares, também renomado no mercado brasileiro. Estevam conseguiu grandes vitórias, deu um padrão de jogo para a equipe, utilizando os mesmos jogadores com baixa qualidade, e conseguiu 22 pontos para o time. Com uma zaga sem consistência e tomando gols após os 45 minutos da segunda etapa, o Galo deixou de conquistar mais de 15 pontos, e o treinador pagou o pato novamente. Atualmente, a direção resolveu dar oportunidade para um treinador sem experiência, o campeão mundial como jogador com a Seleção Brasileira Ricardinho. A equipe não mostra vontade, não apresenta jogadas ensaiadas, a zaga continua sem consistência, o meio de campo não cria, e o ataque não faz gols. Ricardinho conquistou poucos pontos para a equipe. Após mais uma derrota em casa, com o time chegando a um momento de estar perdendo por 4 a 0, o treinador pediu demissão. Sai pela porta dos fundos e deixa a equipe na vice-lanterna da competição.

O Galo sofreu com falta de contratações, de apoio da torcida e de profissionalismo de quem comanda a equipe. O que teria para ser o ano dos sonhos do Tupi acabou se tornando um pesadelo. Os times que disputam a segunda divisão recebem cerca de R$ 5 milhões de cota de TV, e não conseguiram montar um time decente, nem com jogadores emprestados sem custo nenhum. Com o rebaixamento, o time perde as cotas de TV para o ano que vem, pois a Série C não é televisionada completamente, apenas alguns jogos. A instituição passará por eleições agora, vamos torcer para que as coisas mudem, e o Tupi possa ter tranquilidade para trabalhar no ano que vem e, quem sabe, voltar à segunda divisão, porém com um time de melhor qualidade e que não faça os torcedores passarem outro vexame em sua história.

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