A função social dos viadutos


Por William C. Domingues Silva, doutor em turismo e professor do curso de Turismo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

10/03/2017 às 07h00

Recentemente, viajei para a Espanha e para o México e lá tive a oportunidade de vivenciar duas diferentes experiências de melhor utilização dos viadutos. Aproveitando o gancho de que o atual prefeito da cidade de Juiz de Fora é especialista na construção de pontes, neste texto, apontarei novas possibilidades de utilização e apresentação dos viadutos da cidade.

Ao transitarmos por nossa cidade, em muitos casos, observamos que nossos viadutos são ocupados por pessoas representantes das classes menos favorecidas, usuários de drogas e pessoas viajando a pé. Diante disso, pergunta-se: esta seria a melhor forma de utilizar e explorar esses espaços que são públicos? Certamente, não, pois experiências bem-sucedidas apontam para novos caminhos e soluções que vão ao encontro dos interesses da sociedade em geral.

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No que se refere à questão estética, observa-se que os viadutos não embelezam a cidade, uma vez que sua estrutura de concreto armado modifica e polui a paisagem natural. Apesar disso, sabemos que eles são necessários para o escoamento do trânsito, muitas vezes, pesado. Para amenizar essa situação, cidades como Girona na Espanha estão cobrindo esses espaços de verde, com a inserção de plantas trepadeiras, semelhante ao que está sendo feito nos muros do Museu Mariano Procópio. Esse procedimento, até certo ponto simples de ser implementado, garante a esses espaços maior beleza, já que o concreto é coberto pela cor verde das plantas.

Com relação à sua função social, os viadutos da cidade podem e devem ser transformados em espaços de interação social mediante a disponibilização destes para pessoas interessadas em implementar no local bares, lojas de artesanato e até mesmo restaurantes, conforme visualizei na bonita Cidade do México.

Diante das experiências apresentadas, fica a sugestão aos gestores públicos municipais que façam ações, reflexões e debates sobre tais possibilidades de transformação de nossos espaços públicos.

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