A vida é agora…
Bruno Reis
Médico/medicina paliativa no HU/UFJF
“A vida, única para quem acredita e diversa para quem leu um pouco mais, é algo extremamente intenso e imenso!”
La vita è adesso… A vida é agora… Uma canção italiana, mas algo que nos alerta para a efemeridade da vida… A vida é curta! Sim, curta! Para muitas, uma vida imensa, mas, para outros, muito curta! Curta, porque você sempre queria mais tempo que o que lhe foi dado… Tempo… O velho tempo que nos aflige! Tempo para sermos quem queremos ser! Tempo para não deixarmos de ser quem querem que sejamos… Tempo que passa e não volta!
Momentos únicos vividos de forma pessoal e única, segundos perdidos ou ganhados, horas sofridas ou de alegria plena… Esse é o nosso viver! Viver é se dar tempo no hoje e imaginar que um amanhã se resume a uma possibilidade apenas! O que temos de mais concreto nessa vida? O nosso agora! O nosso estar vivo nesse exato momento! O amanhã, por mais que planejado, é algo obscuro, porque foge do nosso controle…
Controlamos, precariamente, o nosso hoje e apenas isso! Nada mais! Discordâncias? Sempre! Somos únicos em sofrimento e sentimentos! Somos impressões digitais exacerbadas em conflitos sociais diversos! O ser humano planeja, e isso é saudável, porque planejar nos faz perceber que estamos vivos, mas… A vida, única para quem acredita e diversa para quem leu um pouco mais, é algo extremamente intenso e imenso! Palavrinha curta e gigante ao mesmo tempo! Representa toda uma existência… Um existir sofrido, feliz, angustiante, repressor, liberto e simplesmente um existir… Jung nos diz que devemos dominar o concreto, mas, ao se tocar uma alma humana, devemos ser apenas outras almas humanas… Por quê? Porque ser humano é humanizar o seu entorno e fluir… Os humanos que humanamente humanizam o mundo! A vida é uma agora… Criamos nosso agora!