Como será o amanhã?

“Quando essa pandemia acabar, eu desejo que façamos festa, (…) que a gente volte a sorrir e a festejar, a abraçar e amar…”


Por Anna Carolina de Sá Brum, estudante de Jornalismo - Estácio JF

08/07/2020 às 06h38

Ao pensar no futuro pós-pandemia, tudo é incerto e inseguro. Não sabemos quando e como vamos voltar para as ruas, mas uma coisa é certa: nada será como antes, pois no período de isolamento constatamos que precisamos, sim, uns dos outros, que devemos nos colocar no lugar do próximo, ou seja, ter empatia, mesmo em uma situação tão difícil.

Voltaremos com a dor de saber que inúmeras vidas foram ceifadas por um vírus tão cruel, mas o que me rasga a alma é saber que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas se todos tivessem empatia e respeitassem o isolamento social, simplesmente ficando em casa, com exceção dos trabalhadores essenciais, que infelizmente não podem fazer o mesmo.

PUBLICIDADE

Como disse Ferreira Gullar, “a arte existe porque a vida não basta”, e pudemos constatar de uma forma muito profunda durante essa pandemia. O que seria de nós sem a tecnologia que temos atualmente? Hoje, mesmo distanciados fisicamente, estamos conectados através das redes sociais, o que, para quem tem acesso a essa tecnologia, ajuda a aproximar familiares e amigos e também nos aproxima do trabalho e da faculdade. Com isso, a saudade diminui de certa forma, tornando a vida um pouco mais leve.

Filmes, séries e documentários nos ajudam a passar o tempo, a distrair a mente, nos transportando para lugares incríveis e, às vezes, até inimagináveis. Sem contar os noticiários, com a difícil tarefa de nos manter informados diariamente sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo, torcendo para que logo possamos ouvir e dizer: estamos livres novamente.

Com o isolamento, o mundo agradeceu e retribuiu com a gentileza da natureza, que nos agrada e encanta com o cantar dos pássaros que outrora só se ouvia de longe e que hoje vem como um convite: que a gente escute a voz do nosso coração. Ouvir a si mesmo não é uma tarefa fácil, e, como bem disse Carlos Drummond de Andrade, no seu poema O Homem, As Viagens, “a dificílima dangerosíssima viagem de si a si mesmo: pôr o pé no chão do seu coração, experimentar, colonizar, civilizar, humanizar o homem, descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas a perene, insuspeitada alegria de con-viver”.

Parafraseando Ivan Lins, “e quando passarem a limpo, e quando cortarem os laços, quando soltarem os cintos, façam a festa por mim”. Quando essa pandemia acabar, eu desejo que façamos festa, com nossos amigos, familiares e amores, que a gente volte a sorrir e a festejar, a abraçar e amar, pois, apesar de você, coronavírus, amanhã há de ser outro dia.

Este espaço é livre para a circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail (leitores@tribunademinas.com.br) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.