Investir melhor na educação faz a diferença
“Passou da hora de o Brasil inverter essa proporção de gasto em educação e investir mais nas crianças, pois é esse investimento, feito de forma correta, que vai mudar o Brasil e colocá-lo próximo dos países desenvolvidos em educação”
O Brasil gasta mal o dinheiro destinado à educação. Segundo dados do Ministério da Educação, para cada um real gasto com ensino superior, são gastos 23 centavos com o ensino fundamental. Nos países desenvolvidos, essa proporção de gastos se inverte vertiginosamente, e o ensino fundamental recebe até três vezes mais investimentos que o ensino superior.
Esses dados mostram que o Brasil prioriza a parte final da jornada educacional, a profissionalização, sem preparar os alunos que entram no ensino fundamental para chegarem até a universidade. Esse é um problema encontrado no ensino de base, parte mais importante da educação formal.
Sabemos que é na base da educação, desde a creche, o início da fase escolar, que a pessoa desenvolve as principais habilidades cognitivas que vão ser importantes durante todo o processo educacional dela. Recebendo os estímulos corretos e no momento apropriado, essas pessoas conseguem ter um melhor aproveitamento escolar, colocando-as em melhores condições lá na ponta, quando vão disputar uma vaga na universidade, mas, infelizmente, não é isso que acontece.
Os municípios, responsáveis constitucionalmente pelo ensino fundamental, devem, pelas mãos dos seus prefeitos, melhorar o investimento feito em educação, direcionando melhor os recursos e evitando desperdício, investindo em ações pedagógicas pouco efetivas. Portanto o cidadão está bem próximo de quem deve ser cobrado.
As escolas de base precisam receber mais investimentos; os professores, mais treinamento e melhores salários, e os alunos, incentivos para não evadirem da escola. Os investimentos devem ser prioritariamente em equipamentos e treinamento dos professores; isso valoriza o profissional. Equipamentos de apoio pedagógico modernos tornam as aulas mais atraentes e muito mais produtivas. As escolas municipais, salvo raras exceções, ainda oferecem apenas quadro negro e giz como apoio pedagógico. Há professores que mal têm um quadro negro decente e giz para passar a matéria. Esse é um grande fator de baixa qualidade da educação que culmina na evasão escolar e para que se encontrem adolescentes, que já deveriam estar lendo e escrevendo bem, que ainda mal sabem decifrar os códigos alfabéticos, e, com isso, sem chance de chegar a uma universidade.
Passou da hora de o Brasil inverter essa proporção de gasto em educação e investir mais nas crianças, pois é esse investimento feito de forma correta que vai mudar o Brasil e colocá-lo próximo dos países desenvolvidos em educação.
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