Inimigos nossos

“Quanto a esses inimigos, Jesus nos orientou amá-los e perdoá-los não uma única vez, mas 70 vezes sete vezes a cada falta a que nos considerarmos vítimas”


Por Denise Pereira Rebello, Comunidade Espírita "A Casa do Caminho"

03/07/2020 às 06h26

Inimigo, segundo a concepção dos dicionários, é aquele que se coloca em posição contrária à nossa, que milita em campo adverso. Por vezes, julgamos encontrá-lo na própria família, num parente difícil, no setor de trabalho, na pessoa de um amigo, que por razões pessoais afasta-se de nós, ou o vemos naquele que não comunga dos mesmos ideais e segue caminhos outros. São esses considerados inimigos exteriores.
Quanto a esses inimigos, Jesus nos orientou amá-los e perdoá-los não uma única vez, mas 70 vezes sete vezes a cada falta a que nos considerarmos vítimas.

Acerca disso, ensina-nos d. Isabel Salomão de Campos que “o perdão é luz na alma de quem perdoa” e que o exercício do esquecimento das faltas alheias é o primeiro passo para alcançarmos a prática mais profunda do perdão, tão necessário ao progresso do espírito.
Para o incrédulo ou aquele que vê a existência terrena como única, amar e perdoar os inimigos é contraditório. Contudo, ao nos depararmos com a eternidade da vida e com as múltiplas reencarnações, reconhecemos que as oportunidades se refazem, e as histórias se cruzam para o abençoado reajuste. Passado, presente e futuro se entrelaçam, visando à evolução espiritual.

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Entretanto é possível identificar também outros inimigos. No olhar para nós mesmos, através de uma análise sincera, ser-nos-á possível reconhecer, nos recantos de nossa alma, sentimentos que se traduzem como os adversários mais difíceis de serem superados e que atuam em nosso próprio prejuízo, quais sejam o egoísmo, o orgulho, a vaidade, o desânimo, a indiferença, a intemperança mental, o medo. Todos esses sentimentos são agentes nocivos que, no dizer de Emmanuel, corroem nossas energias e tiram-nos a estabilidade mental. Também André Luiz nos adverte de que “não adianta vencer sem nos melhorar; os inimigos a vencer estão em nós mesmos”.

Quando a análise são os inimigos interiores, esses nascidos na escuridão da nossa ignorância e alimentados por nós mesmos, vale o esforço do autoconhecimento, a fim de identificarmos o que nos impede ou dificulta a caminhada segundo os padrões do Evangelho, buscando trilhar o caminho para a vitória sobre nós mesmos, no trabalho de autoeducação na oficina da vida.

Diante dos inimigos nossos, tenhamos a coragem do amor para o perdão ao próximo ou para o reajuste de nós próprios, renovando sentimentos e atitudes sob as orientações de Jesus, nosso Amigo, que, por Sua vez, foi alvo, sem razão de ser, de críticas e maledicências, buscando a luz de Seus ensinamentos, na verdade por Ele vivida: “Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos fará livres”.

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