Nós somos programados para a paz!


Por Lília Gomes Ferreira de Menezes, jornalista, mestre em Estudos de Linguagem e pesquisadora do Ayurveda

02/11/2021 às 07h00

Fulano é irritado, Beltrana é triste, é mal-humorada, Fulano é azedo! Estamos condicionados a rotular as pessoas, e a nós mesmos, com características negativas que nos empurram para um espaço de escuridão na nossa mente. O que muitas pessoas nunca chegam a descobrir é que, na nossa essência, não somos nada de negativo, apenas estamos. Nós somos programados para a paz!

Estar em paz é liberar-se de aplicar rótulos do bem e do mal em nós mesmos e nos outros. É perceber e sentir gratidão por cada dom que nos contempla. É ter pensamentos e sentimentos à altura desses dons.

PUBLICIDADE

Nos ajuda muito fazer um esforço para acreditar que os rótulos estão profundamente arraigados dentro de nós, que nem sempre vamos conseguir nos livrar deles sozinhos e que vale muito a pena buscar ajuda externa para redescobrirmos a nossa essência de paz e de bem.

Um bom sinal de alerta de que é hora de procurar ajuda externa é quando começamos a sentir que somos. Eu sou agitado, comilão, beberrão! Sou emburrado!

Os conhecimentos do Ayurveda nos alertam e despertam para a consciência de que a força necessária para alcançar o estado de equilíbrio está dentro de nós mesmos, onde estão também leveza, paz, compaixão, amor. Que, a todo momento, podemos redescobrir a nossa essência.

Então, não precisamos de algo ou alguém que cure os nossos desequilíbrios, precisamos de profissionais, pessoas e saberes que nos ajudem a encontrar, dentro de nós, a força e o caminho para alcançarmos a cura de muitas de nossas dores e nossos desequilíbrios.

Tomar consciência das portas por onde entra o desequilíbrio em nosso ser é o primeiro passo da caminhada. Se os sentidos são as nossas portas de contato com o mundo externo, então é também por eles que entram os desequilíbrios: no que ouvimos, no que vemos, no que tocamos, no que pensamos, no que comemos.

Todo o conjunto de absorções que fazemos, por meio dessas portas, nos conduz a estados de equilíbrio e desequilíbrio. A vida tem ciclos que nos convocam a certos estados de ser que devem ser percebidos como transitórios.

Um casal, por exemplo, quando inicia um projeto de família, tende a vivenciar uma fase de mais correria, ansiedade e estresse, afinal é preciso acolher, proteger e prover para os filhos.

Nessa ciranda, a agitação, a inquietude vão se achegando e parecem ser o nosso estado permanente de ser, mas não é. Já identificou uma música que te acalma? Um alimento que cai suave ou outro que cai como um tijolo? Uma atividade, ou um hobby, que acalma seus pensamentos? Essas percepções não são meros acasos, embora possam parecer na correria da rotina.

Priorizar escolhas que acalmam os nossos sentidos é um gesto indispensável de autocuidado. Pensar coisas boas, fazer coisas boas, sentir coisas boas também são cuidados básicos para a nossa transformação interior e estão prescritas em sabedorias milenares, como a Yoga e os escritos bíblicos.

O conteúdo continua após o anúncio

Nos tratarmos com gentileza, paciência, perdão e compaixão nos ajuda a perceber que o nosso estado hoje não precisa ser o mesmo de amanhã. Podemos nos liberar de humores que não nos fazem bem, não somos obrigados a carregar pela vida inteira uma placa de mal-humorado/mal-humorada, ou qualquer outro atributo negativo.

É certo que, tudo que podemos oferecer de bom ao mundo, precisamos oferecer antes a nós mesmos: o perdão, a compaixão, a bondade, a confiança, a esperança. Invista em você. Livre-se do seu estar e descubra o seu ser!

Esse espaço é para a livre circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões.Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail (leitores@tribunademinas.com.br) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.