Lula e as manifestações

“O ex-presidente ainda tem a capacidade de jogar para a plateia as mesmas propostas apresentadas em suas campanhas quando concorreu à Presidência, do primeiro e do segundo mandatos”


Por Celso Pereira Lara, funcionário público aposentado

01/08/2021 às 07h00

A pauta das manifestações petistas, ocorridas recentemente em todo o país, consiste de cobrança de vacinas, auxílio emergencial de R$ 600 e impeachment do presidente Bolsonaro.

Interessante notar que essas manifestações são compostas por partidos políticos e diversas organizações, tais como PT, PSOL, CUT, UNE, além de tantas outras entidades sindicais e movimentos sociais. Juntando tudo, ainda assim, a quantidade de participantes é considerada muito pequena nas grandes cidades, seja em São Paulo, Brasília ou Rio de Janeiro. Nas cidades menores, a quantidade chega a ser irrisória.

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Em contrapartida, o presidente Bolsonaro, sem partido político, consegue aglomerar milhares de apoiadores em qualquer lugar em que ele vá. E, quando se trata de manifestação agendada, a aglomeração é tanta que dificulta bastante a contagem de participantes.

O grande problema de Lula – e não podia ser diferente – é que ele insiste nas narrativas do passado, pois não é capaz de apresentar algo de bom para convencer a população, que já se cansou de suas mentiras. O que ele disse em entrevista: “Esse governo está destruindo o país, envergonhando o país. A sociedade precisa readquirir o direito de se indignar”. Ele continua jogando palavras ao léu, característica de suas mentiras quando em seus dois mandatos na Presidência da República. Por mais que se esforce, Lula não consegue mudar o seu estilo de fazer política, pois é de sua natureza.

O ex-presidente ainda tem a capacidade de jogar para a plateia as mesmas propostas apresentadas em suas campanhas quando concorreu à Presidência, do primeiro e do segundo mandatos. Uma delas é o combate à corrupção, tema que ele, José Dirceu e Dilma apresentaram, recentemente, numa live para debater o assunto. Pasmem!

 

O ex-presidente petista tem a ousadia de confessar o que de melhor existe em seus planos revolucionários, delineados pelo Foro de São Paulo. Disse ele, em entrevistas: “Se o PT voltar ao poder, vai desarmar a população”. “Vamos desarmar esse país.” Sabemos que toda ditadura precede de desarmamento do povo, e, com essa bandeira, Lula acaba se complicando nas eleições.

O Governo petista preferiu ignorar o resultado e enterrar a democracia do Brasil. Em outubro de 2005, os institutos de pesquisas Ibope e DataFolha, com resultados sempre duvidosos, anunciavam a vitória do “sim” para a aprovação do Estatuto do Desarmamento. O plebiscito apontou 64% dos votantes manifestamente contra o desarmamento, mas Lula referendou o estatuto ao seu jeito, traindo a população que votou contra. Fato inesquecível, e o resultado foi o aumento da violência em todo o Brasil.

Lula teve, também, a coragem de fazer uma comparação totalmente descabida: “O povo não precisa de armas, precisa de emprego.” Será que ele sabe que os governos petistas, além de desviarem bilhões dos cofres públicos, deixaram uma herança de 14 milhões de desempregados?

 

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Segundo o ex-presidente Lula, a motociata pró-Bolsonaro, realizada no dia 12 de junho, em São Paulo, não passou de um grupo de motoqueiros milicianos. A motociata que Lula desdenha não guarda a menor relação com as manifestações de PT, CUT e MST, tanto do ponto de vista da quantidade de apoiadores quanto da qualidade do evento.

No ato pró-Lula, em São Paulo, houve a ocorrência de depredações a agências bancárias. As bandeiras vermelhas de partidos comunistas sobressaem em todas as manifestações petistas.

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