2018: o ano dos jornalistas
“Essa briga contra as ‘fake news’ é tão séria que, durante o mês de janeiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chegou a se reunir com representantes das principais redes sociais”
Existe um ditado popular que diz: “Para os brasileiros, o ano começa de verdade só depois do carnaval”. Bom, se ele for verdade, me sinto obrigado a mandar uma mensagem para você, leitor deste texto: “Feliz 2018!”.
Apesar de contar com nove feriados nacionais, cinco pontos facultativos e mais os feriados municipais, este ano tem tudo para ser um tanto quanto conturbado. Começamos 2018 com a condenação – em 2ª instância – de um aclamado ex-presidente do Brasil, além de intensas movimentações políticas e publicitárias para a aprovação da polêmica Reforma da Previdência; e, durante os próximos meses, dois grandes eventos já estão programados para acontecer: a Copa do Mundo e as Eleições 2018.
Entre os meses de junho e julho, acontece a 21ª edição da Copa do Mundo: evento esportivo internacional que, neste ano, terá a Rússia como país-sede. Durante o torneio, 32 seleções de futebol masculino disputarão o troféu de campeão mundial que está sob posse da equipe alemã – vitoriosa da última edição, realizada no ano de 2014, em solo brasileiro.
Pouco tempo depois do encerramento da Copa do Mundo, inicia-se oficialmente a campanha eleitoral para o pleito dos cargos públicos a serem disputados durante as tão esperadas Eleições 2018: deputado estadual e distrital, deputado federal, senador, governador do estado e presidente da República.
Mas quem serão os verdadeiros protagonistas deste ano? Os juízes que condenaram o ex-presidente? A Seleção Brasileira de futebol? Os candidatos aos cargos eletivos? Os publicitários responsáveis pelas campanhas eleitorais desses candidatos? Ou a internet e as redes sociais, que serão utilizadas massivamente para compartilhar registros feitos em lugares invejáveis durante os feriados e também para aproximar Brasil e Rússia, durante todo o período da Copa do Mundo; além de difundir informações sobre os candidatos preferidos e seus adversários? Não. Respostas erradas.
Creio que os protagonistas de 2018 serão os jornalistas! Em uma época em que plataformas digitais adquiriram inegável influência no “mundo não digital”, e a opção “Compartilhar” está cada vez mais fácil, acompanhamos – diariamente – amigos, conhecidos e familiares discutindo por causa de postagens baseadas em notícias e informações de variados temas e, algumas vezes, de fontes duvidosas e mentirosas. Nesse caso, estamos falando das chamadas “fake news” – ou “notícias falsas”, em tradução livre.
E é aí que entra a atuação dos jornalistas: preparados academicamente para apuração de informações, checagem da veracidade dos fatos e apresentação de notícias com dados sobre os (diversos) lados de um mesmo caso. Em 2018, essas funções jornalísticas serão de suma importância, pois tudo indica que seremos, cada vez mais, bombardeados por notícias falsas difundidas – principalmente – para enaltecer ou prejudicar os candidatos aos cargos elegíveis.
Essa briga contra as “fake news” é tão séria que, durante o mês de janeiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chegou a se reunir com representantes das principais redes sociais – Facebook, Twitter, WhatsApp e Google. O objetivo desse encontro, segundo o site oficial do TSE, foi estudar ações a serem “implementadas para combater notícias falsas que são disseminadas nas redes sociais”.
E o que cada um de nós pode fazer contra o devastador efeito das notícias falsas? Existem alguns passos eficazes para inutilizá-las: verifique quem assina o texto, em qual o veículo de comunicação ele foi divulgado e o histórico ideológico de ambos; pesquise sobre o assunto da notícia em outros sites e jornais para confirmar a informação; observe a existência ou não de referências com credibilidade na notícia; confira a data da publicação, pois existem casos em que a “fake new” não é falsa, mas, sim, antiga, e foi reproduzida com algum intuito específico; atente-se ao link da matéria, já que muitos sites têm endereços parecidos com os de grandes portais de notícias e visam – justamente – a propagação deste tipo de conteúdo; leia o texto por inteiro; e, o principal, se está em dúvida sobre a veracidade da notícia, não compartilhe!
Aguardemos o passar dos dias.
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