Primeiro tempo

Com as convenções, a campanha entra na sua etapa inicial, pois os partidos irão, oficialmente, apresentar os times que vão à democrática jornada de caça ao voto


Por Tribuna

30/08/2020 às 07h00

A partir desta segunda-feira, os partidos estão autorizados a realizar suas convenções, ocasião em que são formalizados os candidatos a prefeito e vice e definida oficialmente a lista de postulantes a uma vaga na Câmara Municipal. As convenções são atos solenes com viés de festa, por indicarem o ciclo oficial de busca ao voto. Este ano, por causa da pandemia, terão um novo formato, sem aglomerações.

É neste período também que se formalizam alianças, embora o pleito de 2020 seja marcado por mudanças estabelecidas pelo Congresso, com respaldo da Justiça Eleitoral. As alianças partidárias vão se consolidar somente no voto majoritário, isto é, para o Executivo, enquanto na corrida pela Câmara é cada um por si, dado que terá forte influência na formação da próxima legislatura.

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A atual ainda tem a distorção – corrigida com a mudança – de ter entre os eleitos vereadores que tiveram performance aquém de outros candidatos que não conseguiram o mandato. Chegaram ao posto em decorrência das coligações. Dentro da regra. Agora, os partidos é que terão que puxar seus candidatos, sem contar com os aliados.

O período será pautado ainda por um número expressivo de candidatos em decorrência do fim dessas coligações. Para obter mais visibilidade, as legendas, mesmo cientes da baixa performance de seus indicados, deverão lançar candidatos a prefeito. Ganharão tempo na propaganda gratuita e poderão ser vistas pelos eleitores.

Em Juiz de Fora, só a partir de agora – as convenções são permitidas até o dia 16 de setembro – é que será possível definir o número de postulantes à cadeira do prefeito Antônio Almas. A contagem já chegou a 16, mas deve mudar em razão de acordos que serão firmados nos próximos dias. Sob a condição de indicar o vice, determinadas legendas abrirão mão da cabeça de chapa. É do jogo.

O que fica em aberto é o discurso a ser defendido por esses atores. Juiz de Fora tem uma série de demandas pela frente e um expressivo grau de desafios. Se antes da pandemia a situação já era crítica nos municípios, a Covid-19 potencializou tal cenário, o que vai exigir muito esforço do futuro gestor. Nas contas iniciais, só com Previdência, a Prefeitura tem um déficit de R$ 4 bilhões, acima de seu próprio orçamento. Com isso, a capacidade de investimento ficará aquém da necessidade.

Com base nesses dados, o eleitor irá aferir o potencial dos candidatos. Haverá promessas que são mero jogo de arquibancada, que deverão ser percebidas de pronto, muitas, porém, passam pelo campo da especulação, mas suficiente para captar o voto.

Nesta semana, já será possível observar as primeiras movimentações formais, sobretudo na indicação dos candidatos a vice. Outro dado em curso é saber em que condições tucanos e emedebistas vão se apresentar ao eleitor. No comando do município desde 2012, PSDB e MDB vivem uma situação atípica de não terem, pelo menos por enquanto, formalizado algum nome para puxar suas campanhas.

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