Perigo nas estradas

Os investimentos não devem ficar restritos às rodovias, devendo ser carreados também para os terminais rodoviários, hoje sem qualquer controle efetivo de acesso aos ônibus


Por Tribuna

29/11/2017 às 06h30

Viajar ao Rio de Janeiro tornou-se um transtorno não apenas quando se chega à cidade – em função dos riscos diários da metrópole -, já que o trajeto, agora, é também motivo de preocupação. O número de assaltos a ônibus cresceu, e as ações para reverter essa situação são pífias. Vira e mexe, a Tribuna mostra relatos de usuários revelando ataques a pedradas aos veículos, a fim de se consumar o assalto. Os motoristas, nesse contexto, têm sido exemplares, pois, mesmo em situações adversas, têm ido adiante. Como o jornal apontou, num desses casos, o profissional chegou a ficar ferido, mas conduziu o veículo até o posto da Polícia Rodoviária Federal.

Mas há casos em que os assaltantes estão dentro do próprio ônibus e se aproveitam de regiões menos povoadas para agir. Nesse caso, há um facilitador: nem no terminal rodoviário de Juiz de Fora nem no do Rio de Janeiro há qualquer controle de armamento. Ao contrário dos aeroportos, nos quais o passageiro, necessariamente, passa por aparelhos de raio X, isso não existe nas rodoviárias. Faz-se apenas o cara-crachá para registro de nomes e nada mais.

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Por conta dessas “facilidades”, os assaltantes agem impunemente, pois mesmo em rodovias privatizadas não há segurança adequada. A Concer revela que fez convênio com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para apoiar a fiscalização e o patrulhamento. Mostrou até números: já investiu R$ 1,3 milhão, em valores parciais, no aparelhamento das três delegacias da Polícia Rodoviária Federal no trecho Rio/Juiz de Fora. Além do convênio, a concessionária adianta que mantém estreito relacionamento institucional e operacional com os órgãos de segurança pública, sobretudo com a PRF, a quem cabe a competência em vias federais.

Mas isso não basta. As próprias empresas de transporte deveriam participar do pacote para investimentos de segurança especialmente em regiões críticas, nas quais os índices de ocorrência são mais frequentes. Com pedágio no preço que está e passagens de custo elevado, o usuário merece muito mais.

 

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