Concessões e ações

Prorrogação da concessão de uso da linha férrea significa a adoção de novos projetos, cujas consequências são positivas para a cidade e para a própria empresa


Por Tribuna

29/07/2022 às 07h00

Em solenidade prevista para esta sexta-feira, a MRS Logística e o Ministério de Infraestrutura assinam aditivo de prorrogação antecipada de concessão ferroviária por mais 30 anos, contados a partir de 2026. O documento traz diretrizes gerais como o foco em regulação dos resultados e o monitoramento do desempenho da concessionária por acompanhamento anual. A prorrogação antecipada também prevê uma série de novos investimentos como contrapartida. Em Juiz de Fora, devem ser construídos mais cinco novos viadutos, instaladas três cancelas, revitalizadas passagens de nível e construídos 22 quilômetros de muros de vedação, entre outras intervenções.

Os novos viadutos terão um papel vital na mobilidade urbana, hoje um desafio ante o aumento substantivo da frota de veículos. Com um sistema de transporte coletivo passando por uma série de discussões, um expressivo número de eventuais usuários opta pelo automóvel, aumentando ainda mais o fluxo nas ruas da cidade. Os viadutos resolvem parte do problema, pois serão construídos em regiões críticas, nas quais o trânsito praticamente para nos momentos de pico. Quem passa diariamente pela Avenida dos Andradas conhece bem tal situação, uma vez que, na altura do Museu Mariano Procópio, a via é cortada pela linha férrea. O viaduto atende aos dois lados, pois a concessionária, com as medidas a serem implementadas, também terá meios de aumentar o volume de trens e a sua velocidade, hoje comprometida pelo risco permanente causado pela presença de pedestres. O enclausuramento dos trilhos é um dado de extrema relevância, por ser a forma mais adequada para garantir a convivência de trens e a cidade, como ocorre especialmente na Europa, onde o modal ferroviário também é uma alternativa para o transporte de passageiros.

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Ante os custos impagáveis pela retirada dos trilhos da malha urbana, a convivência é possível com as ações que devem ser implementadas. Desde a inauguração do Mergulhão, no já distante 1982, até hoje, várias intervenções foram feitas frutos da dinâmica da cidade. Os projetos anunciados no pacote de contrapartida são importantes, sobretudo por serem indutores de outras medidas que podem ser discutidas. É o caso da ciclovia que ligaria a Zona Norte ao Centro de Juiz de Fora. Com o uso mais frequente de bicicletas, sua construção tornou-se estratégica para a segurança dos usuários e também um primeiro passo para a redução do número de automóveis na área central.

As cidades europeias – de novo elas -, que têm no trem um ativo importante para a mobilidade, atuam fortemente na mudança de perfil de suas áreas urbanas, dando preferência ao pedestre e ao transporte de massa. Essas muitas ações podem, pois, indicar para um ciclo de mudanças que se faz cada vez mais necessário.

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