Depois das chuvas

As consequências dos temporais que afetaram Minas ainda estão sendo avaliadas, mas alguns dados já preocupam, sobretudo na saúde


Por Tribuna

29/01/2020 às 06h45

A possibilidade de mais chuvas impede um levantamento completo dos danos provocados pelos fortes temporais que atingiram a região Sudeste, especialmente Minas Gerais, Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro, mas já se sabe que os números serão expressivos. Na cidade de Ervália, a 170 quilômetros de Juiz de Fora, o prefeito indicou um prejuízo em torno de R$ 500 mil, que pode ser maior em decorrência da interrupção das áreas de escoamento da produção. Em entrevista à Rádio CBN, Eloísio de Castro disse que 18 pontes foram levadas pelas águas. O prejuízo deve, então, ser maior ainda.

As prefeituras ainda contabilizam os danos, mas algumas consequências já podem ser avaliadas, a começar pela saúde. O calor, combinado com as condições insalubres das cidades depois das chuvas, cria um ambiente perfeito para o Aedes aegypti, mosquito responsável pela propagação de dengue, chikungunya e zika. Em Juiz de Fora, o Liraa – índice que mede a propagação da doença -, anunciado ontem, foi de 3,6 em Juiz de Fora, considerado estado de alerta. Em Ubá, onde as chuvas foram mais intensas, ele passou de 8, apontando para o risco de endemia.

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Como a infraestrutura das cidades tem problemas, e nem todos os municípios contam com serviços de defesa civil – um forte fator para políticas de prevenção -, as chuvas, a despeito de terem período certo, continuam sendo um complicador anual. Desta vez, as consequências vão além dos danos pessoais – 52 mortos e milhares de desabrigados -, afetando também a economia e a rotina das cidades. O calendário escolar deve ficar comprometido nas áreas mais afetadas, sobretudo se continuar chovendo.

Na Zona da Mata, diversos municípios têm tradição carnavalesca, fazendo da festa um fator para sua economia. Embora ainda reste basicamente um mês, não se sabe se todas terão meios de cumprir o seu calendário.
A dengue, porém, é o dado mais preocupante, exigindo ações imediatas para a sua contenção. Este é o principal desafio.

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