Desafios do mandato

Além de administrar passivos de outros mandatos, prefeita tem pela frente uma série de demandas de curto e médio prazo que precisam ser resolvidas pelo seu Governo


Por Tribuna

26/12/2021 às 07h00

Quando tomou posse, no dia 1º de janeiro deste ano, a prefeita Margarida Salomão – como relatou à Rádio Transamérica Juiz de Fora – encontrou três bombas: a pandemia, as chuvas de verão e o transporte público. A pandemia, a despeito de estar parcialmente controlada no país, continua sendo um desafio para os gestores e para a própria população diante das novas variantes; daí a importância da vacinação, por ser o único meio eficaz no seu enfrentamento.

As chuvas são um problema sazonal, que exige investimentos permanentes nas áreas críticas, já que, mesmo não tendo dia e hora marcados, ocorrem com maior abundância a partir de outubro. Há cerca de uma semana, o Bairro Santa Luzia registrou, de novo, uma grande inundação, embora o córrego tenha sido limpo. O encapsulamento do seu curso, a despeito de todas as boas intenções dos gestores da época, tornou-se um problema, por estrangular o fluxo. Hoje, todas as políticas ambientais condenam esse modelo. Juiz de Fora, porém, é pródiga em córregos sob o asfalto.

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A terceira bomba é o transporte coletivo. Margarida conseguiu estancar o aumento de tarifas, mas tem pela frente o propósito de remodelar o sistema. Trata-se de uma questão prioritária que carece de discussão permanente. A mobilidade urbana tornou-se uma pauta coletiva ante o seu agravamento no decorrer dos anos. O transporte público se situa na ponta por não acompanhar a lógica de “mais usuários, mais ônibus”. É fato que a mudança se faz necessária para resolver esse próprio impasse. Nas últimas décadas, o número de usuários despencou acentuadamente.

O sistema se sustenta única e exclusivamente pelas tarifas, impondo ao usuário elevações frequentes do preço das passagens. A frequência caiu, e, sem compensação, as empresas usaram a fórmula mais simples e problemática de não acompanhar o crescimento da cidade. O surgimento de novos bairros exige mais linhas, mas, sem rentabilidade, a conta vai para o usuário. Esta semana mesmo, a Tribuna destacou a reclamação de passageiros ante a redução de linhas. A frota não circula em sua capacidade máxima.

A prefeita anunciou, já para o primeiro semestre, o encaminhamento à Câmara de uma mensagem tratando da remodelagem. Deve ser uma discussão coletiva, envolvendo também usuários e empresas, a fim de garantir um resultado que atenda a todos.

Com cerca de 600 mil habitantes, Juiz de Fora acumula questões que não podem ser adiadas, e a prefeita, pelo que disse à Transamérica, tem consciência dessas prioridades. Para seu enfrentamento, porém, dependerá de recursos do Estado e da União, o que implica, necessariamente, a participação da instância política. Ex-deputada, Margarida conhece muito bem o processo.

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