Times em campo

Mesmo sem definição das regras, candidatos já estão em campo na busca de apoio; Congresso tem até o dia 7 de outubro para estabelecer a nova legislação


Por Tribuna

26/09/2017 às 06h30

Os partidos só fazem convenções no ano que vem, e as regras para as eleições de 2018 ainda estão indefinidas, mas os times já estão em campo para o jogo eleitoral, embora sem definir seus jogadores. Na instância federal, o impasse não se prende exclusivamente à falta de legislação, mas às investigações da Lava Jato. Alguns postulantes dependem do rumo das ações em curso na Justiça para definir o seu futuro. O mesmo raciocínio pode ser levado para os estados. Em Minas, o governador Fernando Pimentel tem projeto de reeleição em pauta, enquanto seus adversários se dividem sobre o que fazer. O PSDB, partido que mais ocupou o Palácio da Liberdade nas últimas décadas, ainda não sabe com que roupa vai. O senador Aécio Neves está fora da disputa e pode, se não houver mudanças de cenário, tentar uma vaga na Câmara Federal.

Os tucanos teriam o ex-governador Antonio Anastasia, mas ele tem dito que pretende cumprir seus últimos quatro anos no Senado e voltar para a casa, despedindo-se da política por decepção. Em todas as pesquisas, é o único nome a fazer frente a Pimentel. O dilema tucano é convencê-lo a disputar.

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O PMDB, que poderia ser o grande player em Minas, ainda tem questões internas para resolver. Seus dois principais dirigentes – deputado Adalclever Lopes e o vice-governador Antônio Andrade – têm visões distintas do processo. O primeiro quer manter a legenda na base do Governo petista e não esconde sua pretensão em ser candidato a vice ou ao Senado; Toninho, como o vice-governador é conhecido, quer levar o partido para a oposição e disputar o Governo, de preferência com seu nome na cabeça da chapa. Mas pode também tentar o Senado.

Como Minas tem candidatos em profusão, o deputado Rodrigo Pacheco, peemedebista próximo de Andrade, pode ser o plano B dos dissidentes. Presidente da poderosa Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, tem se saído bem na fita, mas depende do resultado do conflito interno, salvo se mudar de legenda. O ex-deputado Dinis Pinheiro (PP) também está no páreo, tendo passado mais tempo na estrada do que na capital, mas depende de composições.
No PSB, o nome em evidência é do ex-prefeito Marcio Lacerda. Tem dois problemas. O primeiro é a articulação com os demais partidos. Eleito prefeito de Belo Horizonte com o inédito apoio do PT e do PSDB, distanciou-se de ambos e tem ainda questões internas a resolver. O jogo, portanto, só está começando.

 

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