As violências contra a mulher


Por Barbara Landim

26/03/2017 às 07h00

O tema da mulher volta a ser debatido neste domingo na Tribuna, que traz números e casos assustadores em relação à violência. Se em janeiro a média de registros diários na Casa da Mulher era de cinco, agora, em pleno Mês da Mulher, este índice saltou para 15. Na Semana da Mulher, 78 vítimas desta violência procuraram a instituição para denunciar ameaças, agressões, espancamentos e torturas. O total de registros é preocupante, ao mesmo tempo em que mostra que muitas mulheres estão tentando dar um basta na realidade de submissão e silenciamento diante do machismo e das agressões sofridas. Independentemente da leitura que façamos dos números, o fato é que o apoio da Casa da Mulher tem sido imprescindível para atender aquelas vítimas que resolvem buscar proteção, sendo considerada uma das mais importantes políticas públicas do município nesse setor.

Outras políticas de empoderamento da mulher precisam ser apoiadas e desenvolvidas para que a sociedade comece a desnaturalizar também violências mais sutis, mas também violências, que acabam colaborando para o mundo machista, que termina, muitas vezes, em agressões físicas e até morte. Na reportagem deste domingo, além de chamar a atenção para a violência física, esta Tribuna mostra que até mesmo a representatividade da mulher nas propagandas precisa ser olhada com crítica, principalmente quando se refere à exploração do corpo, em que a mulher é colocada como se fosse obedecer e satisfazer o homem. Militantes feministas afirmam que “a mercantilização da sexualidade da mulher é naturalizada para que elas sejam cada vez mais exploradas”.

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Quando este debate ganha espaço, a sociedade começa a desnaturalizar os comportamentos anteriores, e os resultados aparecem até mesmo na mudança de atitude de várias grandes empresas de publicidade. Isso é consequência de uma luta histórica para que se reduzam os estereótipos em relação à mulher, que deve ser vista, sim, como líder, como trabalhadora, como política, enfim, como mulher que não tem direitos a menos que o homem e nem quer ser vista como inferior e muito menos como mercadoria.

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