Pela prevenção

Projeto “Fica Vivo” é uma chance única de combater os crimes contra a vida com ações que vão além da repressão


Por Tribuna

25/03/2018 às 07h00

Juiz de Fora, há anos, tem demandado suas lideranças políticas para atuarem na instância estadual, em busca da instalação do programa de combate a homicídios “Fica Vivo”, uma experiência que começou há 13 anos e que tem tido resultados positivos, sobretudo na Região Metropolitana de Belo Horizonte, embora a violência ainda seja um dado preocupante em todo o estado, como nos demais entes federados do país. No caso local, o projeto começa pela Vila Olavo Costa, uma das regiões mais conflagradas de Juiz de Fora, tendo respondido pela maioria dos crimes consumados contra a vida. Nesta edição, a Tribuna fala dos investimentos que serão feitos e das expectativas da própria comunidade, hoje cercada pelo medo.

O “Fica Vivo”, ao contrário de outras iniciativas, é complementado por uma série de ações que vai além do viés repressivo. É, na verdade, preventivo, como defendem especialistas e estudiosos da própria polícia, como é o caso do coronel Alexandre Nocelli, comandante da Quarta Região de Polícia Militar, que desde o início da carreira estuda o assunto. É dele, por exemplo, um mapeamento do que chamava de zonas quentes da cidade, isto é, aquelas com maior incidência de crimes e que careciam da presença do Estado com seus serviços.

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O “Fica Vivo” tem esse viés. É formatado de dentro para fora, com o envolvimento direto da comunidade, pois é esta que conhece, de fato, o problema e as suas implicações. A parceria com os moradores é fundamental para a iniciativa dar certo, pois obtém a sua participação sem necessidade de indução, mas por estes reconhecerem que serão os principais beneficiados se a proposta der certo. Sob esse aspecto, o público-alvo são jovens de idade entre 12 e 24 anos, por ser a fase de formação do indivíduo como ser social. Sem perspectiva e ante a ausência do Estado, essa faixa torna-se vulnerável ao apelo do tráfico, que tem uma técnica própria de convencimento que não se esgota no medo. Também apresenta o lado lúdico, que acaba funcionando como ferramenta de cooptação.

Desta forma, quando há programas que se oponham a esse falso apelo, a chance de mudança é expressiva, com benefício direto para a comunidade e também para o seu entorno.

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