De quem é a conta?

ANTT e Concer travam queda de braços em torno de um problema que afeta, sobretudo, os usuários da BR-040, que esperam, em vez da definição de culpados, a solução adequada


Por Tribuna

24/11/2017 às 06h30

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Concer, concessionária da BR-040 no trecho entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro, travam uma queda de braço para ver de quem é a responsabilidade nos problemas registrados na Região Serrana, especialmente na Serra de Petrópolis, que tantos transtornos têm trazido aos usuários. Há pelo menos duas semanas, vários trechos estão interditados em razão de uma cratera, de cerca de 60 metros de profundidade por 30 metros de diâmetro, que coloca em risco diversas residências da região. Os moradores tiveram que ser retirados ante a possibilidade de desabamentos.

Na última quarta-feira, as duas partes sentaram-se à mesma mesa para tratar do problema, mas os únicos avanços foram fruto da intervenção do Ministério Público e da Polícia Federal, que cobraram laudos sobre a obra e o que se pretende fazer para recuperar os pontos afetados. Foram prazos curtos, porque não dá para esperar a burocracia resolver suas demandas em seus próprios prazos quando há um fato real de perigo.

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Além da recuperação do trecho, o que os usuários querem saber é quando recomeça a obra e qual o prazo para sua conclusão. Pagando pedágio, quem usa a BR-040 tem o direito de exigir condições adequadas na rodagem e segurança, sobretudo na serra, que tanto na pista de descida quanto na de subida tem áreas críticas. Há cerca de dois dias, um veículo foi surpreendido por uma árvore que caiu numa situação que poderia ter sido grave. A Região Serrana é um desafio para os usuários, que só será superado com a conclusão do novo trecho.

O processo de privatização das rodovias foi um avanço, pois o Estado não tinha e nem tem condições de realizar a manutenção de uma malha tão extensa. A iniciativa privada tem se mostrado eficiente, com estradas em boas condições, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, por conta dos investimentos. Mas há pontos a serem reparados, pois não basta resolver problemas pontuais quando há uma demanda crescente a ser superada.

 

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