É vital insistir na imunização
Tomar as doses de reforço é fundamental para reduzir o número de contaminação e dos casos de reinfecção da Covid-19
A resistência, especialmente dos jovens, em tomar a terceira dose da vacina contra a Covid é um dado preocupante por colocar em risco o processo de imunização que colocou a cidade entre as de melhor performance no enfrentamento à pandemia. Na edição dessa quinta-feira, a Tribuna mostrou dados da Secretaria Municipal de Saúde indicando que, até a última terça-feira (21), apenas 49,96% da população recebeu a terceira dose. O índice está abaixo da média estadual, de 61,73%, de acordo com o Painel de Vacinação disponibilizado pela Secretaria de Estado da Saúde. Tal cenário não tem qualquer relação com a disponibilidade do imunizante, uma vez que a terceira dose está disponível para toda a população, exceto crianças com idades entre 5 e 11 anos.
Esses números são constatados no mesmo momento em que os casos de contaminação voltaram a subir em todo o país, e Juiz de Fora não é exceção. É mais um problema até mesmo para a rede hospitalar, ora assoberbada com outras doenças. A Tribuna também apontou que pelo menos cem pedidos de internações têm sido formulados todos os dias na cidade. É mais uma razão para retomada de campanhas de convocação da população que ainda não completou o calendário de imunização.
Os jovens, especialmente, embora não façam parte dos grupos de risco, são transmissores e colocam em perigo pessoas de outras faixas etárias que também resistem à imunização. A melhoria do cenário – com a reabertura completa das cidades – passou a impressão de que a Covid está totalmente sob controle. E não está. A vacinação criou uma situação diversa dos tempos em que os hospitais estavam lotados de pacientes com o vírus e o número de mortes estava em curva ascendente. O Brasil registra, hoje, quase 700 mil óbitos por Covid, numa média em torno de 120 casos diários. Portanto a luta continua.
Para manter o quadro de normalidade, é preciso que todos busquem a imunização, que já provou ser a única forma de levar a vida adiante, até o momento em que o vírus, mesmo permanecendo, seja, como a gripe, um mal controlável, bastando a imunização. Na mesma matéria, de autoria da repórter Carolina Leonel, o infectologista Marcos Moura destaca que, apesar de o imunizante não impedir que as pessoas contraiam a Covid-19, a vacina ajuda a reduzir a gravidade da doença. Uma população adequadamente vacinada reduz a taxa de circulação do vírus, diminuindo o surgimento de variantes mais virulentas. “O que alguns estudos estão mostrando é que a imunidade começa a diminuir a partir do terceiro mês em que as pessoas recebem a dose. Então, a cada três meses, a pessoa pode ficar mais vulnerável à doença. Esse cenário muda conforme a pessoa é novamente vacinada, ou seja, recebe as doses de reforço. Isso vai afastando a possibilidade de reinfecção”, enfatiza.
Com apenas 50% da população imunizada com a terceira dose, há a necessidade de uma conscientização coletiva, pois não há vencedores quando se resiste ao benefício que pode garantir a saúde da população.