Ir adiante
Obra do Hospital Universitário não pode continuar parada sob o risco de danos irreversíveis para a comunidade
A prisão do ex-reitor da UFJF Henrique Duque é uma etapa das investigações do Ministério Público, mas o que fica a ser discutido não é o processo em si, mas a situação do Hospital Universitário, cujas obras estão paradas há algum tempo e sob o risco de ficarem sucateadas. As imagens apresentadas pela Tribuna, após uma visita ao local, no Bairro Dom Orione, são preocupantes. Uma sindicância realizada pela própria Universidade Federal, a pedido do Tribunal de Contas da União, aponta perda de material e prejuízo da ordem de R$ 1 milhão, em decorrência da paralisação.
Esse é o ponto a ser avaliado, pois, a despeito do que for apurado, é fundamental que o projeto avance, sob o risco de ficar como tantos outros pelo país afora, que se tornaram esqueletos sem perspectiva de solução. Há uma demanda pelo novo HU que precisa ser colocada em pauta pelo Tribunal.
Os vícios, é certo, devem ser sanados, e os autores de possíveis ilícitos, punidos, mas a população não pode ser a vítima principal desse processo.
O volume de recursos já investidos na obra fala por si só, não havendo alternativas para um possível recuo. Agora é ir adiante, mesmo ante a necessidade de novos aportes. O atual HU, no Bairro da Glória, já se mostrou defasado e distante da Faculdade de Medicina, sua principal usuária. O novo prédio pode até ser repensado, mas precisa ser concluído pelo bem do povo e do próprio patrimônio público.
Por conta disso, as instâncias políticas devem agir, separando o viés investigativo da necessidade do projeto. São três anos de obras paradas, tempo suficiente para comprometimento do empreendimento. Se nada for feito, será mais um exemplo de desperdício, algo impensável nesses tempos de carência financeira.