Prédios históricos

A antiga sede da Superintendência Regional de Ensino precisa ser recuperada, pois faz parte de um complexo históricos na região de Mariano Procópio


Por Tribuna

23/12/2022 às 07h00

O incêndio, embora parcial, do prédio onde funcionava a Superintendência Regional de Ensino, no Bairro Mariano Procópio, joga luzes numa discussão que já deveria ter sido feita há algum tempo: a situação do imóvel, hoje totalmente abandonado e ocupado por indigentes. Por se tratar de um imóvel tombado pelo patrimônio histórico municipal, ele não atrai compradores, ficando o estado com a responsabilidade de recuperá-lo, apesar de não haver nenhuma sinalização nesse sentido no curto prazo.

O governador Romeu Zema deve entregar à cidade, provavelmente nos primeiros meses de 2023, a obra de plena recuperação dos Grupos Centrais, na Avenida Rio Branco, esquina com a Rua Braz Bernardino. O prédio, construído para servir de abrigo ao imperador Dom Pedro II, durante uma de suas visitas à cidade, mas jamais ocupado por ele, estava em situação precária. Somente na atual gestão foram implementadas as ações de sua recuperação. As obras estão na etapa final.

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Durante os anos de desocupação e de obras de revitalização do espaço, pelo menos uma geração de alunos complementou seu curso em prédios alugados no Centro da cidade. No calendário escolar do ano que vem é praticamente certa a retomada do espaço.

O que precisa ser feito com o prédio da Superintendência deve seguir o modelo dos Grupos Centrais, buscando-se, inclusive, uma vocação para o local, que pode ser, de novo, a sede da superintendência. O que não pode é ficar à mercê do tempo e dos invasores. Hoje, os moradores do entorno também são alvo de preocupação, pois são testemunhas da deterioração e eventuais alvos de pessoas que acorrem ao local no calar da noite.

Outro dado relevante envolve o entorno da antiga superintendência. O prédio faz parte de um complexo de construções históricas como a sede da Quarta Brigada e o Museu Mariano Procópio. Ademais, a praça Agassis – logo ao lado – é um dos pontos de referência da cidade. Lá se encontra o marco zero de Juiz de Fora.

Por isso, recuperar o prédio da Superintendência deve ser um compromisso das entidades envolvidas com a cultura e a história de Juiz de Fora, cobrando do estado a sua recuperação. As cidades têm se preocupado com os seus centros históricos por registrarem a sua trajetória, mas também para se transformarem em centros de visitação. A região de Mariano Procópio tem referências de sobra.

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