Questões relevantes
Audiências públicas dão espaço para discussão coletiva de demandas da cidade com implicações diretas no seu dia a dia
Todos os temas discutidos em audiências públicas têm relevância, sobretudo pela oportunidade de uma discussão mais apurada com o envolvimento direto das partes envolvidas. Os vereadores, sobretudo, por representarem a comunidade. Neste período de setembro, as muitas sessões apontaram para a importância desses eventos, nos quais dois chamam a atenção por conta de sua premência: os riscos de enchentes e a situação da Represa de Chapéu D’Uvas, com a ocupação de seu entorno.
O primeiro tema passa por um processo anual que as metrópoles vivem ante os muitos fatores, como ocupação desordenada de seus espaços, encostas sem segurança e enchentes provocadas ora pela situação dos próprios rios e córregos, ora pela falta de manutenção das redes de escoamento das águas pluviais. A população tem papel assertivo nesse processo por conta de suas ações e inações. Da ocupação indevida ao simples descarte de lixo em locais inadequados há causa suficiente para comprometimento do processo urbano, sobretudo em tempos de chuvas.
A cidade se prepara para esse período com as recorrentes preocupações. Várias regiões continuam comprometidas, e outras, a despeito de investimentos, ainda vão carecer de recursos e tempo para a conclusão de obras. A audiência, certamente, vai jogar luzes nessa questão que entra e sai ano se mantém na agenda da cidade.
A Represa de Chapéu D’Uvas pode ser inserida até mesmo nessa agenda, por ser a reguladora dos níveis de água do Rio Paraibuna, que corta Juiz de Fora de Norte a Sul, mas a discussão, dessa vez, passa por outro viés. Principal manancial da cidade, apesar de estar localizado em outros municípios, é motivo de preocupação não apenas por conta de sua zeladoria, mas, e principalmente, pela ocupação de seu entorno. Se não houver acompanhamento de órgãos ambientais, para o cumprimento correto da legislação, há o risco de lá repetir o que ocorreu com a João Penido, hoje numa situação irreversível de ocupação.
Se feita de forma correta, essa ocupação pode até servir de segurança para o manancial, uma vez que o problema se situa em torno de projetos sem as devidas preocupações. Precaver contra esses cenários é relevante, já que a represa é a principal garantia de a cidade ter água pelos próximos 50 anos.
Há discussões encaminhadas pela Prefeitura para inserção do Governo federal no zelo do manancial, assim como compartilhamento de ações com os municípios vizinhos.
Mesmo não utilizando as águas da represa, o depósito está em suas divisas, implicando, pois, o controle ambiental.