Todos por um

O modelo de atuação parlamentar deve envolver os políticos em torno de causas comuns, para garantir força em sua efetivação nos gabinetes de Belo Horizonte e Brasília


Por Tribuna

23/01/2022 às 07h00

Lideranças do setor produtivo da cidade estão dispostas a articular reuniões com os candidatos a deputado federal e estadual para ouvir deles propostas que têm para a cidade e para a região. As articulações ainda são embrionárias, como mostra a coluna Painel, também nesta edição, uma vez que ainda restam várias etapas do processo eleitoral que precisam ser cumpridas até a realização das convenções, quando, de fato, os nomes são oficializados para a disputa. Em março, seguindo os prazos estabelecidos pela legislação, estará aberta, do dia 3 até 1º de abril, a janela eleitoral, ocasião em que os políticos com mandato podem mudar de legenda sem correr o risco de algum impedimento ou cassação. Em seguida, começam a contar os prazos de desincompatibilização, quando agentes públicos interessados em um mandato terão que deixar os seus cargos.

As duas operações são de cunho pessoal, mas, em meio a esses dois prazos, também estará aberto o período para formulação de federações, um novo modelo de coligação, mas com prazo definido de uma legislatura. Essa decisão passa necessariamente pelas cúpulas, mas interessa aos candidatos, que começam a fazer contas com base no peso político dos eventuais aliados. As siglas de menor porte pegam carona nas chamadas grandes para sobreviverem à cláusula de barreira. Só que o que antes era um mero jogo de interesse de curto prazo, agora, tornou-se um compromisso de quatro anos. Fazendo contas, as federações firmadas este ano ainda estarão valendo para as eleições municipais de 2024, o que leva os dirigentes a avaliarem se vale a pena ou não a sua consolidação.

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Passadas todas as etapas e definidas as candidaturas, começa a campanha oficial, e é aí que entram os empresários. Como em 2014, os atores econômicos têm a pretensão de ouvir as propostas dos candidatos, embora nem todos os vitoriosos daquela eleição tenham dado retorno ou feito algum tipo de prestação de contas do mandato.

As lideranças – e aí entram outros segmentos – entendem que a cidade e a região precisam de um envolvimento efetivo de seus representantes, a fim de garantir a implementação de suas demandas. Há, é fato, os que estão empenhados em várias causas, mas o modelo atual à base do cada um por si é visto como um problema, por não garantir a força que hoje move as causas, como as de Uberlândia, nas quais, a despeito de divergências partidárias e ideológicas, há um senso comum em torno do município.

Há, é certo, outros fatores que ajudaram o Triângulo a se tornar um dos mais importantes polos de desenvolvimento do país. Além de os políticos falarem a mesma linguagem, os próprios segmentos econômicos também se unem, em vez de ficarem isolados em suas entidades representativas. A Zona da Mata, após ter sido por décadas a mais rica do estado, como polo de produção de café e, mais tarde, de malhas, perdeu força ao curso do tempo. O entorno também empobreceu, o que cria uma nova demanda. Não basta Juiz de Fora recuperar seu espaço. A região tem que vir junto, a fim de garantir o crescimento integrado que todos esperam.

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