Pela mesma causa
Programa da Assembleia Legislativa facilita o entendimento dos municípios, especialmente os da mesma região, em busca de um projeto comum
A pandemia do coronavírus provocou uma tragédia humana e levou o caos para a economia. Seu enfrentamento em várias frentes deve ser uma causa que não pode se arrefecer enquanto não houver a virada do jogo. Para tanto, a melhor saída é a mobilização conjunta, como, aliás, aconteceu na última segunda-feira, quando lideranças políticas e empresariais de Juiz de Fora e da região se manifestaram no mesmo rumo.
Ao participarem do projeto Recomeça Minas, orientado pela Assembleia Legislativa, e em cuja pauta estava o projeto de lei 2.442/21 – do qual o presidente Agostinho Patrus é o primeiro signatário -, tais lideranças apresentaram uma série de sugestões que podem ser acolhidas pelo relator, deputado Hely Tarquínio. O parlamentar, que faz parte da Comissão de Orçamento, gostou do que ouviu e pediu a formalização das propostas.
O projeto de lei 2.442/21 prevê a redução de multas e juros de impostos para regularização das dívidas e, ao mesmo tempo, a utilização de recursos gerados por essa medida no socorro aos setores mais atingidos pela pandemia. Ele tem sido aplaudido nas diversas etapas do Recomeça Minas, mas, como toda norma, ele também pode ser aperfeiçoado, sobretudo quando as demandas são distintas em cada região.
O presidente do Sindicomércio de Juiz de Fora, Emerson Belotti, por exemplo, sugeriu a extensão até janeiro dos prazos de parcelamento. Falando em nome de uma categoria que em Juiz de Fora representa dez mil empresas, ele também propôs a suspensão das execuções. Outras lideranças foram na mesma trilha, indicando ser possível traçar projetos comuns quando o interesse é da cidade e da região. Embora seja o maior município da Zona da Mata, Juiz de Fora tem as mesmas metas de seu entorno, sobretudo por compreender que há mútua dependência.
A Assembleia, ao setorizar as audiências, pode conseguir o que não foi possível em vários outros eventos: a unidade regional. Há anos, os municípios da Zona da Mata tentam estabelecer políticas unificadas, esbarrando sempre no jogo político. Os vários fóruns nesse sentido tiveram suas conclusões engavetadas pelo mero jogo da vaidade política, pelo qual uma liderança não aceita colaborar com a outra, ora por interesse partidário, ora por conta do espaço político. Neste tempo de pandemia, quando outros atores entraram no jogo, houve avanços.
Nos debates virtuais foi possível perceber a possibilidade de se trabalhar junto, como é comum em regiões em que a unidade impulsionou projetos e facilitou seu desenvolvimento.