Teste em massa
Testagem é importante para definição de políticas públicas de combate à propagação do coronavírus
Existe o estado da arte e o estado ideal. O ministro da Saúde, Nelson Teich, ao falar sobre a importância de testagens, disse que isso não significa que todos serão testados, o que seria o estado da arte, mas observou que irá adotar modelos de amostragem, como ocorreu na Coreia do Sul, onde cerca de dez mil pessoas fizeram o exame que se tornou vetor para as políticas de combate ao coronavírus. Esse é o estado ideal.
De fato, qualquer pesquisa por amostragem não envolve necessariamente todo mundo, bastando ver os levantamentos eleitorais, que atuam com margem de erro de três pontos percentuais e chegam a resultados bem precisos. No caso da testagem, não se sabe o volume aplicado, mas deve ser suficiente para a definição de políticas públicas para atender à população como um todo.
O ministro destacou que todos os segmentos da saúde deverão estar envolvidos, tanto a rede pública quanto privada e a suplementar, pois a doença não define classe social, raça ou cor. Ela é uma tragédia coletiva, bastando ver os números pelo mundo afora, afetando países do primeiro mundo até nações menos favorecidas, a maioria delas em território africano. Como ainda não há medicamentos ou vacinas, as experiências de sucesso precisam ser repartidas.
Por decreto municipal e também por lei aprovada na semana passada, o uso de máscaras passou a ser obrigatório em todo o estado. Esta é uma situação que mostra como as políticas também mudam no decorrer do tempo. No primeiro momento, a Organização Mundial de Saúde recomendava o uso de máscara somente por pessoas suspeitas de contaminação, por entender que, dessa forma, evitaria a propagação do vírus. O entendimento agora é outro. Suspeitos ou não, todos devem usar a máscara.
A ciência passa pelo campo do experimentalismo, por não haver outra forma de se chegar a um resultado. São acertos e erros que, em dado momento, vão culminar em um medicamento capaz de conter o vírus. O mundo viveu momentos semelhantes, sendo que, pela mobilidade mundial, a Covid-19 se agravou. As cidades com maior fluxo de visitantes são as mais afetadas, bastando ver os números de Itália, França, Inglaterra, Espanha e Estados Unidos. Ao diminuir o mundo, a mobilidade aumentou o contato e, por consequência, a transmissão.